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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

DE MAL A PIOR

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
27/11/2014

O quadro da economia brasileira é dantesco e vai de mal a pior na medida em que nos aproximamos do final de 2014. Senão bastasse o roubo da Petrobrás e outros tantos escândalos, tem-se ainda a estimativa de um PIB de apenas 0,2% de crescimento no final do ano e de uma inflação oficial acima do teto da meta (6,5%). Mas o pior pode ser visto nas contas públicas, as quais indicam um 2015 ainda mais difícil para os brasileiros. Nesse contexto, estamos diante, portanto, do pior governo que o Brasil já teve nos últimos 20 anos. Enquanto a receita pública, nos 10 primeiros meses do ano, registrou um crescimento de apenas 0,45%, após projeção inicial de 3,5%, os gastos públicos continuaram subindo. O governo federal desonerou de impostos os brasileiros em R$ 100 bilhões neste ano, sem nenhum resultado prático no crescimento da economia. Esse rombo irá pesar sobre as contas públicas em 2015, obrigando finalmente a um arrocho estatal. Isso levou o governo a abandonar a meta do superávit primário (1,9% do PIB), pois o mesmo, se houver, será mínimo neste ano (R$ 10,1 bilhões ou 0,2% do PIB). Por sua vez, a balança de transações correntes deverá gerar um déficit superior a US$ 80 bilhões, o maior desde 1947, quando se começou a calcular esse indicador. Enquanto isso, os investimentos externos diretos, com os quais o governo contava para conter tal déficit, deverão ficar em apenas US$ 55 bilhões, contra uma projeção inicial de US$ 63 bilhões. Para piorar o quadro nacional, o déficit da Previdência Social em 2014 deverá chegar a R$ 49,2 bilhões. Essa incompetência na gestão pública e econômica federal leva a uma forte desvalorização do Real, pressionando para cima a inflação já elevada. A moeda nacional se desvalorizou 40% nos quatro anos do governo Dilma, voltando a valores apenas vistos em 2005. Para tentar conter o problema, o Banco Central, desde agosto de 2013, emitiu US$ 105 bilhões em swaps cambiais, ou seja, comprometeu 28% das reservas nacionais. E quando a presidente Dilma parece ter acordado para a realidade e, buscando corrigir o rumo, caminha para indicar um economista mais liberal para o Ministério da Fazenda, os caciques retrógrados de sua base eleitoral tentam boicotar a escolha, pois suspeitam que as benesses públicas destes últimos 12 anos irão diminuir. Para eles, a Nação brasileira ainda pode agüentar esse fardo não havendo necessidade de reformas estruturais. Afinal, a mesma o avalizou pela maioria dos que foram às urnas em outubro passado.



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