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terça-feira, 21 de outubro de 2014

ELEIÇÕES: O QUE SE DECIDE (Final)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
23/10/2014

O que será que o novo governo brasileiro precisa fazer para tentar corrigir o atual cenário desolador de nossa economia? Para que o Brasil volte a crescer a taxas de pelo menos 4% ao ano (esse seria o ritmo necessário para o país dobrar a renda per capita em 20 anos), na política monetária trazer a economia para o centro da meta. Na política cambial, o Banco Central terá que abandonar a política de controle constante do câmbio e adotar de fato o sistema de flutuação suja (intervenções esporádicas e pontuais). Na política de combate à inflação, voltar ao sistema de metas de inflação que não use o controle de preços, que nunca deu certo. Na política fiscal (será a parte mais difícil do ajuste), é preciso aumentar o investimento em infraestrutura e aumentar a taxa de poupança. A primeira está em 17% do PIB e a segunda em 12%. Ambas precisariam chegar a pelo menos 25% do PIB. Ora, aumentar a poupança da economia implica uma redução do déficit nominal e aumento do superávit primário. O aumento da poupança nacional contribui para o crescimento e ajuda a resolver o problema crônico da apreciação da nossa taxa cambial. Já o aumento do investimento em infraestrutura exige uma diminuição dos gastos de consumo do governo, preservando os gastos com os programas sociais (Bolsa Família etc....). Ou seja, como já foi dito em outras oportunidades, a aceleração do crescimento do Brasil depende de ações que estimulem o investimento em capital físico e humano. Assim, quem for eleito terá que fazer isso no seu primeiro ano de governo, aproveitando-se do apoio social das eleições, mesmo que muitos votem desejando o contrário disso (cf. Conjuntura Econômica, FGV, agosto/14). Ou seja, as reformas são urgentes e o governo eleito terá que fazê-las. Para tanto, dois problemas precisam ser superados: a capacidade de o governo eleito realizá-las com sucesso; a sociedade estar preparada para assumi-las. Em caso positivo, a realização do dever de casa, reestruturando a economia e o papel do Estado na própria economia, se gerará as condições para alcançarmos um novo e melhor patamar de crescimento e, posteriormente, de desenvolvimento. Em caso negativo, continuaremos como está, sem nada fazer de reformas, nos iludindo que melhoramos de patamar quando na verdade estamos construindo uma artificialidade sem sustentabilidade, fato que nos perpetua no subdesenvolvimento.


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