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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

QUANDO O DESENVOLVIMENTISMO É UM PROBLEMA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
21/08/2014

Todas as Nações do mundo buscam alcançar o desenvolvimento socioeconômico, porém, poucas chegam até ele! Por quê? Porque é comum entre os governos julgar que, para realizar avanços sociais, deve-se abrir mão do controle monetarista da economia, partindo para um desenvolvimentismo acelerado, muitas vezes com forte intervenção estatal. Ora, se as condições de infraestrutura física e humana não estiverem reunidas no país, e o Estado não for eficiente, organizado e estiver em ordem com as contas públicas, tal ação naufraga. Assim, o erro do gestor público é confundir a estabilização razoável da economia, obtida através de medidas monetaristas, com a possibilidade de se desfazer de parte das mesmas para implantar um processo desenvolvimentista fora da capacidade de sustentação do sistema produtivo interno. Na prática, uma coisa não exclui a outra. Se de um lado é justo, e necessário, procurar redistribuir melhor os ganhos da estabilização econômica entre as diferentes classes sociais que compõem uma Nação, podendo o Estado ser um motor para isso, de outro lado a execução do processo exige muito mais do que vontade política. É preciso sabedoria econômica, muitas vezes dentro de parâmetros restritivos que, no curto prazo, podem ser confundidos com ações anti-sociais pelos mais afoitos. Esse erro monumental foi feito pelos diferentes governos na Argentina desde os anos de 1950. Em meio século o vizinho país saiu do status de uma das principais Nações econômicas do mundo, para o deprimente estado de crise sem retorno da atualidade. Na Venezuela, os 15 anos de chavismo, onde o populismo foi a regra, ao invés de corrigir os erros de governos anteriores, colocou de joelhos o país ao adotar um desenvolvimentismo sem estrutura. Hoje, o povo local vive, além de uma crise econômica gigantesca, uma insegurança galopante, com 25.000 homicídios anuais, transformando a esperança de mudanças em um pesadelo. Aqui no Brasil, após anos de ações duras contra a inflação e outras ameaças à estabilidade, o governo brasileiro, a partir de 2007 e, particularmente a contar de 2011, julgou ser possível esquecer os resguardos monetaristas e lançou o país em um desenvolvimentismo com forte intervencionismo estatal. O resultado é que, nos últimos quatro anos, entramos em crise econômica, com recessão industrial, possível recessão econômica geral logo adiante, comprometimento econômico das empresas estatais, inflação elevada, desemprego aumentando, insegurança pública crescente e sem condições estruturais de reversão do problema no curto prazo. Erros estratégicos desta envergadura custam caro para as Nações, seguidamente comprometendo uma geração ou mais de cidadãos e, definitivamente, gerando o efeito inverso do que se buscava, pois a conta recai em primeiro lugar sobre os mais pobres e, em seguida, bloqueando o acesso de todos ao verdadeiro desenvolvimento.







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