O DÓLAR NO MÊS DE ABRIL
O câmbio iniciou o mês de abril
cotado a R$ 2,26, apresentando uma leve desvalorização do Real no terceiro dia
do mês quando alcançou R$ 2,28. A partir de então se iniciou um período de
revalorização da moeda brasileira, o qual se estendeu até o dia 08/04, quando
nosso câmbio ficou em R$ 2,19 por dólar. Esse comportamento foi parcialmente
revertido na semana seguinte, com a moeda brasileira voltando a R$ 2,24 por
dólar no dia 17/04. A partir daí o mercado se estabilizou, com o mês de abril
fechando em R$ 2,23 por dólar. Mesmo com a decisão do FED (EUA) de reduzir para
US$ 45 bilhões mensais os estímulos à economia (ocorrida no final do mês),
pesou mais sobre o mercado a maior entrada de dólares no país puxada pela alta
do juro básico (a Selic foi elevada para 11% ao ano em abril). Diante disso, o
Banco Central brasileiro acabou realizando menos intervenção no mercado cambial
através dos contratos de swap. Por outro lado, a maior entrada de dólares no
Brasil em certos momentos de Brasil se deu na esteira do anúncio de perda de
popularidade por parte da presidente Dilma nas pesquisas de opinião. Um claro
sinal de que o mercado financeiro se posiciona contra a reeleição da atual
presidente. Ou seja, o mercado não aprova o intervencionismo estatal na
economia, o qual ficou bem mais evidente no governo Dilma. A maior entrada de
dólares no país igualmente se refletiu em aumento do índice Bovespa durante o
mês de abril. Nesse contexto, não chegou a influenciar muito o mercado o
desaquecimento da economia chinesa, tendo como uma das consequências a
devolução de cargas de soja para o Brasil e os EUA por parte do país asiático.
Colaborou um pouco com a estabilização cambial o pequeno superávit comercial
(US$ 506 milhões) obtido em abril, embora o déficit acumulado nos primeiros
quatro meses do ano ainda some US$ 5,57 bilhões. Em síntese, o mês de abril foi
de poucas oscilações no mercado cambial brasileiro, com o mesmo ficando na
observação, para usar um jargão conhecido no meio, na expectativa da entrada de
mais dólares com a proximidade da Copa do Mundo e com a evolução das pesquisas
de opinião em relação às eleições presidenciais de outubro no Brasil.
Entretanto, vale destacar que os fundamentos da economia nacional continuam
muito ruins e sem perspectiva de melhora nos próximos meses.
Guilherme Gadonski de Lima - Graduando em Ciências Econômicas pela Unijuí, bolsista PET-Economia
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(PET/CEEMA/DACEC/UNIJUI)