:)

Pesquisar

quarta-feira, 16 de abril de 2014

DADOS ECONÔMICOS NACIONAIS EM SUSPEIÇÃO

Não é de hoje que alertamos que alguns dados econômicos brasileiros e suas interpretações oficiais não “batem” com a realidade nacional. Por sua vez, analistas internacionais, ainda no final de 2012, se encarregaram de escancarar a realidade brasileira ao denunciar que muitos dados econômicos oficiais vinham sendo maquiados. Essa acusação perpassou todo o ano de 2013 a ponto da credibilidade de nosso governo, na condução econômica nacional, cair rapidamente no cenário mundial, acompanhando o que já vem acontecendo na Argentina desde 2007. No campo do emprego, por exemplo, desde que o discurso do “pleno emprego” ganhou força nos meios oficiais de nosso país, procuramos demonstrar que o mesmo não se sustentava. A metodologia utilizada para o seu cálculo deixava a desejar, assim como certas ações sociais do governo poderiam estar acomodando as pessoas na procura por emprego. Além disso, o que havia era falta de oferta de mão-de-obra qualificada, pois se resumia proporcionalmente a uma minoria de brasileiros, fato que escancarava outro problema: a carência na educação em geral e na formação profissional em nosso país. Pois nestas últimas semanas o IBGE se encarregou de comprovar que os alertas tinham razão de ser. O órgão oficial, um dos mais importantes banco de dados nacional, decidiu sair da politização a que foi guindado pelo atual governo, e retomar sua autonomia, ao reestruturar a metodologia de cálculo do desemprego no país, criando uma metodologia mais acurada, em torno da chamada Pnad Contínua. E já na primeira informação sob a nova metodologia, o desemprego oficial no Brasil em 2013 saltou para 7,1% e não os 5,4% medidos pela antiga fórmula. Obviamente, tentando a reeleição, o governo federal não gostou de ver a realidade (o índice de desemprego anterior era um dos únicos aspectos econômicos positivos do atual governo, nos últimos anos) e decidiu suspender a divulgação dos dados atualizados da Pnad Contínua (prevista para o próximo mês de julho), deixando entender que os números do desemprego são piores neste primeiro semestre de 2014. A intenção é divulgar novos dados a respeito apenas em 2015, após as eleições e a revisão da nova metodologia. Diante disso, a diretora de pesquisa do IBGE pediu demissão em protesto contra um distanciamento oficial do rigor técnico (18 coordenadores e gerentes do Instituto ameaçaram se exonerar igualmente). Ou seja, todas as estatísticas oficiais brasileiras entram agora em suspeição. Quando se alerta que o atual governo está “argentinizando” o Brasil, casos graves como este (sem falar na recente pesquisa do IPEA) confirmam a tendência e merecem o repúdio por parte dos brasileiros.

Postagens Anteriores