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quarta-feira, 26 de março de 2014

FOMOS REBAIXADOS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
27/03/2014
Assim como no futebol, a economia mundial também possui critérios para rebaixar um país a partir da avaliação de sua saúde econômico-financeira. Nesse sentido, três agências de risco são acompanhadas de perto pelos investidores e credores internacionais: Standard & Poor´s, Moody´s e Fitch. Pois a economia brasileira, que há muito vinha dando sinais claros de enfraquecimento, resultado da má gestão do governo nos últimos anos, acaba de ser rebaixada pela Standard & Poor´s, num evidente aviso de perda de credibilidade externa. Foi a primeira vez que isso acontece desde 2008. Ou seja, no momento em que os países desenvolvidos começam a sair da crise mundial, o Brasil afunda, perdendo uma preciosa oportunidade de decolar definitivamente para um crescimento econômico mais sustentável, na esteira da recuperação dos ricos. O rebaixamento de nossa nota significa que o Brasil é um país, a partir de agora, de maior risco para o capital externo. Estamos retrocedendo em função de uma política desenvolvimentista, com forte intervencionismo estatal, que foi posta em prática de forma irresponsável. Isso porque não construímos as condições estruturais para tal desenvolvimentismo, causando efeitos colaterais perversos, como elevada inflação, baixo crescimento econômico, aumento considerável do déficit público bruto, retrocesso na educação e saúde etc. Para piorar o quadro, na incapacidade de ajustar o rumo, adequando as despesas públicas às receitas, continuou-se a gastar mais do que se arrecada. E, para tentar esconder o real problema, passou-se a maquiar os dados econômicos nacionais. Ou seja, o governo brasileiro deu uma clara noção de sua completa incompetência gerencial, atado em favores políticos e interesses eleitorais, movido a demagogias eleitoreiras que a cada dia cobra um preço mais elevado dos brasileiros. Para quem não acompanha de perto esta questão da nota de crédito brasileira, o rebaixamento agora ocorrido é um sério aviso internacional de que a administração da economia brasileira precisa melhorar. Para tanto, necessita-se cumprir a meta de superávit primário, hoje reduzida para apenas 1,9% do PIB anual; reduzir a inflação para o centro da meta; aumentar os investimentos em infraestrutura; aumentar a eficiência de nosso setor produtivo; recuperar o crescimento da economia como um todo. Nas condições atuais, no curto prazo não se escapará de novos aumentos dos juros; menos recursos públicos em programas sociais e de consumo imediato; privatização acelerada (concessões) junto a setores decisivos da economia como aeroportos, estradas, portos etc, por absoluta falta de condições de o Estado fazer as obras; amplas reformas estruturais no país. É possível reverter o quadro, mas os brasileiros irão pagar um alto custo por deixarem o país chegar a tal situação! Muito mais ainda se insistirem em mantê-la!


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