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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

CÂMBIO E CLIMA SUSTENTAM O PREÇO DA SOJA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
CEEMA/DACEC/UNIJUI
19/02/2014

Após fechar o mês de janeiro/14 na média de US$ 12,95/bushel, o primeiro mês cotado em Chicago bateu em US$ 13,61 no dia 18/02. Isso representa uma alta de 5,1% nos primeiros 18 dias de fevereiro. Tal comportamento externo se deve ao fato de que o mercado começa a contabilizar as perdas na atual safra da oleaginosa na América do Sul. De um total de 161 milhões de toneladas esperadas, já se projeta um volume menor entre 5 a 10 milhões de toneladas. A forte estiagem e calor neste verão do Hemisfério Sul é a principal causa da modificação na tendência dos preços internacionais da soja, no momento. Nesse contexto, o Brasil já não será o maior produtor mundial do produto, como se esperava, pois as novas projeções dão conta de uma safra total ao redor de 87 milhões de toneladas, podendo ser ainda menor do que isso, contra uma projeção inicial de até 90 a 92 milhões de toneladas, considerando a área semeada. Na Argentina, o número de 54 milhões de toneladas se torna o mais provável e não os iniciais 57 milhões. Esse comportamento das cotações em Chicago favoreceu a uma recuperação nos preços nacionais e gaúchos da oleaginosa nestas últimas semanas. O balcão gaúcho, por exemplo, fechou a última semana na média de R$ 63,94/saco, após ter alcançado cerca de R$ 60,50/saco em meados de janeiro passado. Um ano antes a soja valia R$ 57,16/saco. Assim, hoje o saco vale R$ 6,78 a mais enquanto o bushel perdeu, no período, 7,4% de seu valor. Portanto, o que realmente está sustentando o preço atual da soja no Brasil é o câmbio, pois tivemos nos últimos 12 meses uma forte desvalorização do Real. Isso porque o bushel de soja em Chicago, um ano atrás, estava cotado a US$ 14,70. Ou seja, atualmente, mesmo com a recuperação destas últimas semanas, Chicago ainda cota a soja US$ 1,09 a menos do que há um ano. E se não fossem as perdas na América do Sul, a tendência até o início deste mês de fevereiro confirmava uma cotação de “apenas” US$ 12,00 a US$ 12,50/bushel daqui em diante. Por sua vez, atualmente o câmbio está em R$ 2,39 por dólar, contra R$ 1,95 em fevereiro de 2013. Estamos, portanto, diante de uma desvalorização de 22,5% em um ano. Para se ter uma ideia do que isso significa, se o câmbio não tivesse mudado, o preço de balcão da soja gaúcha, hoje, levando-se em conta a atual cotação em Chicago e mantendo-se as demais variáveis, seria de apenas R$ 53,00, ou seja, uma diferença para menos superior a R$ 10,00/saco.    


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