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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

2014 SEM NOVIDADES: A BOLHA IMOBILIÁRIA

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
20/02/2014

Não é de hoje que os alertas ocorrem sobre o surgimento de uma importante bolha imobiliária no Brasil a partir do lançamento do programa federal Minha Casa Minha Vida. Aproveitando-se do programa o preço dos imóveis em geral se multiplicou diversas vezes, assim como dos terrenos sobre os quais os mesmos são construídos. Em alguns casos chega-se ao ponto do terreno valer mais do que o próprio imóvel que está sobre ele. Desde 2012 tal mercado parece ter chegado ao pico, iniciando um processo de descida, a qual tende a se acelerar a partir deste ano de 2014, consolidando o estouro da bolha, especialmente para quem investiu com o intuito de especular no setor. Um interessante estudo, usando metodologias econométricas multivariadas e a teoria das bolhas monetárias, vem confirmar nossos alertas. O mesmo foi divulgado há quase um ano, porém, parece ter recebido pouca atenção no país (cf. Prof. Dr. Luciano D´Agostini, Revista Economistas-Cofecon, abril/2013, pp. 6-11). Em síntese ele diz o seguinte: 1) o Brasil está com preços dos imóveis contaminados; 2) existem antecedentes que formaram a bolha imobiliária advindos do front nacional e internacional e que, combinados, geram dinâmicas não equilibradas para os consumidores e o setor desde 2010; 3) a bolha de demanda, oferta e de crédito, combinou-se no Brasil entre 2007-2012 e observamos a hiperinflação dos bens do setor imobiliário bem acima da inflação usual/básica da economia; 4) evidências comportamentais dos agentes econômicos indicam que existem ajustes a partir de agora na medida em que desde 2012 se nota uma falta de dinamismo do movimento altista de preços no país; 5) pode existir a manutenção de preços mas que paralisa o setor ou pode haver queda de preços caracterizando uma bolha de fraca à fortíssima; 6) se detecta que a taxa de crescimento do crédito às famílias também é maior do que a taxa de crescimento da renda, fato que confirma que existe perda do poder de compra do salário em relação ao “ativo imóvel”; 7) como não existe relação de equilíbrio de longo prazo entre inflação imobiliária e inflação dos salários, o poder de compra dos salários, em relação ao preço dos imóveis, já havia diminuído pela metade no início de 2013, “piorando na sequência”; 8) assim, estaríamos iniciando um período em que os preços dos imóveis e aluguéis estão maximizados e cotados a preços que a população brasileira não pode pagar pelos atuais salários que recebe; 9) portanto, existem claros riscos internos e externos para que a bolha imobiliária, que começou a estourar em 2013, murche ainda mais até 2016; 10) enfim, o setor entrará na fase “de graves problemas” e o governo deve se preocupar, pois a luz vermelha acendeu.


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