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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

2014 SEM NOVIDADES: AS BOLHAS ESTOURAM

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
13/02/2014

No contexto da economia nacional, 2014 inicia com forte pressão sobre determinadas bolhas econômicas geradas a partir de 2010, quando o país buscou enfrentar a grande crise mundial via o aumento do consumo interno. A ideia, embora correta, não poderia ir muito longe, pois foi executada sobre bolhas econômicas que, ao estourarem, fecham a porta para o modelo. Na área do consumo de bens duráveis, por exemplo, é óbvio que ninguém vai trocar de automóvel, eletrodoméstico ou outro bem qualquer todos os anos. Especialmente após assumir uma dívida de meses para pagar o produto. Assim, em pouco tempo o mercado freia. Ligado a isso se encontra a falta de formação econômico-financeira de grande parte da população brasileira (atualmente, ainda 81% dos brasileiros não fazem nem mesmo a contabilidade familiar). Em pouco tempo o volume de endividamento, seguido de forte inadimplência, explode. Nesse início de 2014 ainda 62,5% das famílias brasileiras (76% na Região Sul) possuíam dívidas, sendo que a taxa nacional de inadimplência chega a 21,2% destes endividados. Com o aumento dos juros, a situação somente piorou desde abril do ano passado, embora o endividamento médio tenha diminuído um pouco em relação a 2012. Dentre os produtos que se viram no centro do estouro desta bolha se encontra o automóvel, motos e utilitários. A segunda bolha, e mais importante ainda, está na falta de infraestrutura nacional para absorver a demanda gerada. Ou seja, o Brasil fez o caminho inverso do recomendável: estimulou o consumo sem ter feito obras de infraestrutura que pudessem absorvê-lo. Agora, nos falta energia elétrica, água, estradas, portos, aeroportos, comunicações, saúde, educação, habitação, segurança e por aí vai. Não há como segurar a inflação em tal situação. Aliás, um caso clássico na economia! E tais investimentos levam anos para maturar! Isso fatalmente levará ao retrocesso parte da população que melhorou de vida materialmente, nos últimos tempos, pela impossibilidade de se manter no nível a que foi catapultada. Mesmo que, para viabilizar parcialmente o processo, o governo tenha (e continue) a subsidiar alguns setores. É o caso da construção civil, através de programas tipo Minha Casa Minha Vida. Esse processo gerou uma terceira e importante bolha, que está prestes a explodir: a do setor imobiliário. Os preços dispararam junto aos terrenos urbanos e às construções, sejam residenciais ou de escritórios, assim como os aluguéis. Ora, nossa economia não é tão rica para suportar por muito tempo tal disparate. Na área dos serviços, por exemplo, o setor hoteleiro, após ter ignorado os avisos, está agora caindo na real, pois nem mesmo os estrangeiros de países ricos aceitam os preços impostos para o momento da Copa do Mundo no Brasil. A conta, hoje, fecha ao redor de 50% de ociosidade estimada no setor para a época do grande evento futebolístico. E o pior será ainda para os anos que virão! Quanto ao setor imobiliário em geral, desde 2010 que se alerta para o problema. Em 2014 ele bate à porta!


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