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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
10/11/2013

MERCADO DE GRÃOS: USDA SE MANTÉM CONSERVADOR
Passados dois meses sem relatório oficial de oferta e demanda nos EUA (o de outubro foi cancelado devido os problemas entre o Congresso e o Executivo daquele país), o documento de novembro, anunciado na tarde desta sexta-feira (08/11) acabou sendo novamente conservador, contrariando as projeções de boa parte do mercado. Isso, no curto prazo, fez as cotações da soja em Chicago retomarem um pouco de fôlego no fechamento do pregão deste mesmo dia. Na prática, analistas privados esperavam o seguinte: a Informa Economics uma safra final nos EUA de 89,8 milhões de toneladas, com produtividade média de 2.803 quilos/hectare. Em outubro sua estimativa de produção era de 86,4 milhões de toneladas; a consultoria FC Stones uma safra de 89 milhões de toneladas, com produtividade média de 2.878 quilos/hectare; enfim, outros analistas privados esperavam que o relatório oficial dos EUA, neste dia 08/11, trouxesse um número de produção ao redor de 87,8 milhões de toneladas, com produtividade média de 2.856 quilos/hectare. Os mesmos trabalhavam com estoques finais ao redor de 5,0 milhões de toneladas. O USDA anunciou, sim, um aumento na produção e estoques finais, porém, com a primeira ficando em 88,6 milhões de toneladas e os estoques em 4,6 milhões. A produtividade média foi estabelecida em 2.891 quilos/hectare, mas a área a ser colhida (faltavam ainda 14% para o término da colheita) foi reduzida. A produção mundial de soja, para 2013/14, está agora estimada em 283,5 milhões de toneladas e os estoques finais em 70,2 milhões, contra respectivamente 267,9 e 60,1 milhões de toneladas no ano anterior. O patamar de preços médios aos produtores estadunidenses passou a valores entre US$ 11,15 e US$ 13,15/bushel (Chicago fechou o dia 08/11 a US$ 13,05 para novembro e US$ 12,57/bushel para maio/14).

MERCADO DE GRÃOS: USDA SE MANTÉM CONSERVADOR (II)
Para o milho, o mercado aponta as seguintes estimativas: o Linn Group indica 363,3 milhões de toneladas; Informa Economics fala em 361,3 milhões; e FC Stone projeta 365,9 milhões de toneladas. Ou seja, todos com cerca de 10 milhões de toneladas acima dos últimos números indicados em setembro/outubro. A produtividade média ficaria entre 10.104 e 10.253 quilos/hectare. Diante disso, os estoques finais de milho nos EUA poderão superar 51 milhões de toneladas. Já o USDA acabou anunciando uma safra de 355,4 milhões de toneladas (faltam ainda 27% da área estadunidense para ser colhida) e estoques finais de 47,9 milhões de toneladas. Já me termos mundiais o relatório apontou uma produção de 962,8 milhões de toneladas (100,1 milhões acima do registrado no ano anterior). Os estoques finais mundiais passaram agora a ser estimados em 164,3 milhões de toneladas. O preço médio aos produtores estadunidenses, em 2013/14, está projetado entre US$ 4,10 e US$ 4,90/bushel (o fechamento de Chicago neste dia 08/11, após o anúncio do relatório, ficou em US$ 4,26/bushel).

MERCADO DE GRÃOS: USDA SE MANTÉM CONSERVADOR (III)
Quanto ao trigo, os números do USDA ficaram dentro do esperado pelo mercado. A produção final dos EUA está agora estimada em 58 milhões de toneladas, com estoques finais, para 2013/14, em 15,4 milhões. Já a produção mundial recuou um pouco, ficando em 706,4 milhões de toneladas, porém, os estoques finais foram elevados para 178,5 milhões de toneladas. No ano anterior, a produção mundial e os estoques finais haviam registrado 655,5 e 175,6 milhões de toneladas respectivamente. O preço médio para os produtores estadunidenses, no corrente ano comercial, ficou estimado pelo USDA entre US$ 6,70 e US$ 7,30/bushel (o fechamento deste dia 08/11 ficou em US$ 6,48/bushel). Nota-se, portanto, que a safra mundial destes três importantes grãos se recupera sensivelmente neste ano. Em se confirmando os números do relatório, ainda há espaço para novas baixas nos preços internacionais destas commodities no médio prazo. E isso que o USDA, em seu relatório, foi um tanto conservador em relação às expectativas do mercado.



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