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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PRIVATIZAÇÕES: UMA NOVA POSTURA OFICIAL (?)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
28/11/2013

Assim como na área do petróleo e outros setores, o governo brasileiro acaba de “privatizar” mais alguns aeroportos, no caso o de Confins em Minas Gerais e o Galeão no Rio de Janeiro. Efetivamente não se trata de uma privatização clássica, onde o patrimônio público é vendido ao setor privado. Por questões ideológicas, o governo vem criando artifícios do tipo parceria-público-privada e concessões. Esse último caso retrata o que se fez com os aeroportos em questão. Por 25 a 30 anos, com prorrogação de mais cinco, a iniciativa privada irá administrá-los. Em muitos casos, iniciativa privada estrangeira. Assim, o que importa de fato nesta questão é que, embora tardiamente, e muito devido ao estouro das contas públicas que o mau gerenciamento oficial provocou, o governo vem tentando acelerar a melhoria de nossa infraestrutura nestes últimos tempos. Isso é importante e confirma o acerto das privatizações feitas nos anos de 1990 e que foram tão criticadas pelos atuais governantes. Podemos sim criticar a eficiência das privatizações/concessões no que diz respeito ao sucesso financeiro dos leilões realizados. Sempre se terá a sensação de que o país poderia ter arrecadado muito mais, inclusive nos processos atuais. Todavia, o que mais interessa aqui é que, mesmo ofuscado por anos de radicalismo ideológico interesseiro, o atual governo, assim como na época de FHC, se deu conta de que o Estado brasileiro, da forma como está estruturado, não tem condições de gerenciar empresas com a eficiência que o mundo de hoje requer. E, diante do caos de infraestrutura que se instala no país, acelera-se a transferência do processo para a iniciativa privada. Obviamente, isso exige um controle estatal sobre o funcionamento do processo nas mãos desta iniciativa privada, fato que requer modernizar e agilizar a atuação das chamadas agências de regulação. Mas não há dúvida, se tivermos que destacar um dos poucos pontos positivos de a Copa do Mundo de 2014 ser realizada no Brasil, esse é um deles. O fato de o governo atual reconhecer sua ineficiência empresarial e passar a uma ação em direção à iniciativa privada. Essa mudança de postura pode ser o início de um amadurecimento ideológico de quem nos governa há 10 anos, caminhando para um pragmatismo de resultados concretos para a sociedade e deixando de lado ilusões que não encontram apoio na realidade nacional, a não ser para perpetuar no poder a incompetência dos que manipulam tais ilusões diante de um povo mal formado e informado.


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