:)

Pesquisar

domingo, 15 de setembro de 2013

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
15/09/2013

PARA ONDE VAI A SOJA
Após um recuo nas cotações em Chicago até o início de agosto passado, quando o bushel de soja atingiu novamente os US$ 13,00 para o primeiro mês cotado e, em alguns momentos, abaixo de US$ 12,00 para novembro e, particularmente, para maio/14, o mercado assistiu a uma reação em tais cotações. Neste meados de setembro o bushel trabalha acima de US$ 14,00 e o mês de maio/14 ao redor de US$ 13,30. Tal movimento se deve a fortes especulações em torno do clima nos EUA. O mesmo teria reduzido o regime de chuvas durante estes últimos 45 dias, trazendo prejuízos às lavouras de soja daquele país. Tanto é verdade que as projeções de safra estadunidense, após chegarem a 93 milhões de toneladas em julho, recuaram para 88,6 milhões em agosto e, neste último relatório de oferta e demanda, anunciado pelo USDA no dia 12/09, ficando em 85,7 milhões de toneladas. Ainda assim acima das 82 milhões de toneladas do ano anterior. Os estoques finais nos EUA foram reduzidos de pouco mais de 8 milhões de toneladas para apenas 4 milhões neste momento. Parte do mercado já considera impossível ocorrer uma safra cheia nos EUA. Assim, os preços se mantêm elevados em Chicago, embora longe do recorde de US$ 17,71/bushel ocorridos justamente em setembro/12. Dito isso, a tendência não permite ainda esperar cotações muito distantes destes valores. Aliás, é possível mesmo que haja um recuo nas mesmas quando a colheita se consolidar, em outubro. Isso porque há muita controvérsia sobre as reais quebras de safra nos EUA. Além disso, no ano passado, o clima foi muito mais seco durante o verão local e mesmo assim a colheita final chegou a 82 milhões de toneladas. Soma-se a isso o fato de que a América do Sul espera, em clima normal, colher 160 milhões de toneladas no início de 2014, após 147 milhões no ano anterior e apenas 115 milhões na frustrada safra de 2011/12.

PARA ONDE VAI A SOJA (II)

Nesse contexto, ainda é possível se verificar Chicago, mais para o final do ano e, particularmente no primeiro semestre do próximo ano, entre US$ 11,50 e US$ 13,50/bushel, conforme o próprio USDA indica neste seu último relatório. O impacto nos preços brasileiros em geral e gaúchos em particular, em safra futura normal, significa valores menores do que os atuais, que giram ao redor de R$ 66,00/saco na média de balcão do Rio Grande do Sul. A questão é que boa parte destes preços em reais foi dada pela forte desvalorização do Real desde maio passado. Tal desvalorização arrefeceu seu ímpeto neste mês de setembro, pois o câmbio parece estar se estabilizando ao redor de R$ 2,25 por dólar ou pouco acima disso, a julgar pelo movimento desta última semana. Assim, em projeção, em Chicago ficando no patamar indicado acima, a este câmbio, os preços do saco de soja ao produtor gaúcho, por exemplo, poderão atingir entre R$ 47,00 e R$ 57,00/saco no balcão no momento da colheita. Um preço ainda excelente em caso de safra normal, porém, ao redor de R$ 10,00/saco abaixo do que as ofertas futuras (preços futuros para entrega do produto em abril/14) estão a indicar no momento. Esse diferencial já vem de dois a três meses, mesmo com as oscilações em Chicago. Desta forma, continua valendo a lógica de que o produtor deve olhar com atenção os preços futuros, no intento de realizar uma média de preços mais interessante na comercialização da safra que ainda será semeada. Principalmente porque o comportamento atual de Chicago está mais para “altas no boato e baixas no fato”. Ou seja, altas agora e baixa quando a colheita se concretizar nos EUA, logo mais. Obviamente se não houver mais dificuldades climáticas nas próximas duas semanas nas lavouras da América do Norte.

Postagens Anteriores