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quinta-feira, 18 de julho de 2013

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)
21/07/2013

OS PEDÁGIOS E O ESTADO
O governo do Estado do Rio Grande do Sul vem realizando uma política de combate ao sistema de pedágios implantado ainda nos anos de 1990. Há acertos e erros nessa postura. Estes últimos, inclusive, começam a despontar nesse momento e gerarão enormes prejuízos à sociedade que circula por nossas estradas, caso não forem rapidamente solucionados. A política de pedágios, em países de primeiro mundo, funciona da seguinte maneira: existem diversas estradas que nos levam a um determinado ponto; a melhor destas estradas, geralmente autoestradas com três ou mais pistas, rápidas e seguras, cobram pedágios; caso o usuário não desejar pagar o preço, tem a opção de ir ao mesmo destino por uma estrada, igualmente boa, porém, de menor qualidade, sem pagar pedágio. Aqui no Brasil, em geral, e no Rio Grande do Sul, em particular, nossa política de pedágios foi posta em prática com apenas uma solução de rota. Ou seja, para quem desejar ir do interior do Estado à capital, em determinados trechos ou paga pedágio ou fica sem opção para se deslocar via terrestre à capital. Por aí já temos uma grande diferença. Todavia, o motivo dos pedágios aqui praticados está na incapacidade do Estado em manter as estradas adequadamente trafegáveis. Por falta de gestão, interesse e orçamento, nossas estradas eram, antes dos pedágios, verdadeiras calamidades, se transformando num risco de vida aos usuários. Neste ponto, os pedágios vieram para corrigir um problema histórico e o fizeram. O problema, e nisso o governo atual tem razão, aqui no Rio Grande do Sul os pedágios se tornaram muito caros, em troca de serviços que geralmente não condiziam ou condizem com o preço pago pelos usuários. Sem dúvida, tornava-se urgente corrigir esta falha. Todavia, e aí o atual governo incorre em erro tremendo, picado pela “mosca” da demagogia, muito presente em países subdesenvolvidos como o nosso, se formataram ações contra os pedágios implantados em estradas estaduais e federais ao mesmo tempo, com aberturas de cancelas, discursos populistas inflamados e bandeiras partidárias desfraldadas, além de atos de vandalismo em alguns pontos, sem que o Estado esteja organizado para assumir a tarefa, mais uma vez.

OS PEDÁGIOS E O ESTADO (II)

No caso das estradas estaduais, tão importante e necessário é o pedágio que o governo gaúcho criou uma empresa estatal (mais uma), que já nasceu com enormes dificuldades de caixa (não poderia ser diferente no contexto de um Estado “quebrado”), para administrar a cobrança do mesmo e a manutenção das referidas estradas. No primeiro ponto, acertadamente com valores mais baixos e compatíveis com a realidade nacional. No segundo ponto, sem nenhuma condição, por enquanto, de investir na recuperação e melhoria das estradas. Resultado: os buracos aparecem, crescem e já tomam conta de muitas rodovias, causando riscos de vida às pessoas e prejuízos imensos aos meios de transporte, assim como um enorme custo à sociedade, via encarecimento de fretes, passagens (enquanto reduziram os preços das passagens intermunicipais?) e manutenção de veículos próprios. E a EGR estatal, mesmo cobrando pedágio, não consegue dar conta do serviço que tem diante de si. Mas o pior se começa a perceber, como já era esperado e anunciado, junto às estradas federais. Sem condições nem mesmo de manter as estradas estaduais, a demagogia oficial abriu cancelas de estradas federais (caso do chamado Pólo de Lajeado, entre Pouso Novo e Tabaí, passando por toda a serra da BR 386), entregando à União, sem acertar adequadamente com a mesma a manutenção e melhoria destas estradas. Assim, a falsa alegria de não se pagar pedágio em alguns pontos já está, nem meio ano depois dos fatos, se tornando motivo de grande preocupação e irritação por parte dos cidadãos, pois os buracos (crateras) já se fazem presentes no piso de rodagem, trazendo altos custos e riscos para quem ali trafega. Está na hora de o governo rapidamente ajustar o processo, antes que seja tarde. Reduzir o valor dos pedágios está correto e era necessário. Outra coisa é não ter capacidade para manter as estradas, deixando-as abandonadas, voltando a um subdesenvolvimento que parecia ter ficado no passado. Esse retrocesso nos custará muito caro se nada for feito rapidamente. 

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