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quinta-feira, 2 de maio de 2013

UERGS, TRANSGÊNICOS E CEITEC - Jornal da Manhã


Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)


Qual a relação entre estas três palavras? Para quem tem memória curta, o que para muitos é conveniente nesta hora, vamos rapidamente responder. A relação existente é o atraso econômico movido pelo ranço ideológico, que alimenta radicalismos inconsequentes e gestão pública desastrosa, levando a população em geral pagar a conta no futuro. A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, criada no governo Dutra em 2001, veio para suprir uma necessária oferta de vagas gratuitas para o ensino universitário, visando os estudantes de baixa renda. Todavia, ao invés de ser concebida via parcerias com as universidades comunitárias, como se propunha na época, onde já existiam campi organizados, salas de aula e professores, preferiu-se construir um processo totalmente do zero, com enormes custos públicos, num momento em que o Estado gaúcho já estava “quebrado”. Sem ainda completar 12 anos o resultado de tal disparate na gestão pública é a completa inviabilização da Universidade. Sem recursos e com apenas 2.880 alunos na atualidade, muitas unidades já fecharam e a UERGS está em completo declínio, porém, ainda consome um orçamento de R$ 41 milhões e possui 192 professores (um professor para cada 15 alunos, quando o ideal seria o dobro de alunos). Paralelamente, as universidades comunitárias enfrentam problemas financeiros por não conseguirem rentabilizar seus espaços e quadros, especialmente no período diurno. Quanto aos transgênicos, todos lembram da reação descabida contra os mesmos, especialmente entre 1995 e 2002 aqui no Rio Grande do Sul. O Brasil, inclusive, em função deste ranço, atrasou o desenvolvimento desta ciência por mais de uma década em relação aos países concorrentes, inclusive os europeus. Algumas empresas cooperativas se deixaram iludir por um mercado dito de produtos convencionais que, na verdade, nunca existiu, ficando apenas caracterizado, na melhor das hipóteses, como um nicho, sem pagar o preço justo. Hoje, todos (produtores rurais, empresas e governo) correm atrás da transgenia, pois seus resultados econômicos acabaram salvando o meio rural, especialmente junto aos pequenos e médios produtores. Não é por nada que a FETAG e seus Sindicatos filiados comemoram, nesse momento, a inclusão do milho transgênico nos programas oficiais de troca-troca de sementes aqui no Estado. Enfim, em 2000, o Rio Grande do Sul festejou a inauguração da CEITEC, uma estatal (federalizada em 2008 pelo governo Lula) que iria retirar o Brasil do atraso na microeletrônica. Passados 13 anos, gastos R$ 600 milhões e amargando, somente em 2012, R$ 10,6 milhões com depreciações, ainda não conseguiu colocar um chip no mercado e, o que está sendo desenvolvido, já está atrasado tecnologicamente alguns anos perante a concorrência. O governo conclui agora que o empreendimento deve ser privatizado para poder funcionar. O custo deste conjunto de erros públicos, movido por radicalismos ideológicos, a sociedade pagará por longos anos. E esta é apenas a ponta do iceberg!

 

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