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domingo, 26 de maio de 2013

TENDÊNCIAS




Prof. Dr. Argemiro Luís Brum



SINAIS EXTERNOS
Além dos sinais internos, como PIB, inflação, juro básico e ações governamentais, encontramos nos chamados sinais externos indicativos de que nossa economia enfrenta problemas. Já faz mais de ano que, neste e noutros espaços estamos indicando que as decisões econômicas tomadas pelo atual governo vêm comprometendo a estabilidade e ameaçando o futuro do país. Agora, igualmente o exterior aponta o dedo para nós. Já na virada do ano vimos diferentes órgãos de imprensa especializados em economia, junto aos principais países do mundo, alertarem de que o governo brasileiro estava maquiando os dados econômicos para fechar as contas públicas. A desmoralização nesta área continua e agora a ação do mercado igualmente nos remete a uma realidade que já não estávamos mais acostumados. Dentre os sinais mais visíveis, três merecem destaque. Em primeiro lugar, o forte recuo da Bovespa, com perdas quase diárias. O Ibovespa, índice composto pelas 71 ações de empresas com maior volume de negócios, registra um recuo de quase 10% neste ano (até meados de maio). Paralelamente, países que foram o estopim da grande crise mundial atual, e ainda vivem dificuldades importantes, assistem a uma forte recuperação de suas Bolsas. O primeiro deles é os EUA, onde Wall Street já ganhou 17% nestes primeiros quatro meses e meio do ano, recuperando os índices de antes da crise, em 2007. Este movimento, embora pareça uma contradição, principalmente em se tratando de capital especulativo, tem um grande fundo de realidade. Ou seja, o capital internacional vem perdendo a confiança nos rumos da economia brasileira, algo que se aprofundou em 2013. Dito de outra forma, a lógica desenvolvimentista, que o governo tentou implantar, esbarrou na falta de infraestrutura nacional e os preços subiram, gerando inflação. Com isso, os juros voltam a subir, pois o governo se obriga a frear o processo, voltando às armas de contenção monetaristas. Mas há outros sinais externos que indicam a perda de confiança mundial em nossa economia.

SINAIS EXTERNOS (II)
O segundo deles vem do comportamento cambial, o qual também está ligado ao movimento bursátil. Se nosso índice da Bovespa acusa recuo acumulado é porque tem saído mais dólares do que entrado nestas aplicações. Com isso, o Real voltou a estacionar ao redor de R$ 2,02 por dólar, após ter flertado por algum tempo com valores ao redor de R$ 1,95 algumas semanas atrás. Obviamente, o valor atual do câmbio está sob controle, pois existem mecanismos suficientes para o Banco Central controlá-lo, apesar de estarmos num sistema de câmbio flutuante. Mas, o movimento do valor da moeda é um sinalizador que não pode ser ignorado neste curto prazo. Enfim, um terceiro indicador, e esse um pouco mais objetivo, é o chamado risco-Brasil. O mesmo estava um tanto esquecido, pois as condições econômicas brasileiras, mesmo que difíceis, ainda estavam bem orientadas até 2009/10. Todavia, nestes últimos três anos o processo piorou e as medidas desastradas que o governo tomou para conduzir a economia levaram o dito Risco a subir. Nos últimos cinco dias úteis desta semana o mesmo passou de 155 para 175 pontos, num claro indicativo de que o mercado desconfia da saúde financeira brasileira. Também aqui a situação ainda é plenamente aceitável, porém, quando os sinais de acumulam, procedentes de todas as direções, temos desenhado um quadro efetivamente de preocupação, que exige sim medidas mais enérgicas e objetivas da área econômica do país. Assim, a tendência é de a Selic continuar a subir no restante do ano. Afinal, o desastre maior será se o governo não agir e deixar, definitivamente, o “caldo entornar” em função das eleições presidenciais do próximo ano.

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