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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A BOLHA ESPECULATIVA DA IA (?) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Geralmente as bolhas especulativas resultam de euforias, a partir de um aumento da liquidez ou de mudanças institucionais, as quais levam a assunção imprudente de riscos, alimentados por manias, que nada mais são do que o padrão frenético de compras de ativos (imóveis e ações) que produzem aumentos de preços e do volume de negócios. As pessoas ficam ansiosas para comprar antes que os preços subam mais. E essas manias geram bolhas e vice-versa. Em algum momento, por um acontecimento qualquer, os preços param de subir e a bolha estoura (bolhas sempre estouram). Isto gera pânico (efeito manada) fato que leva a quedas acentuadas dos preços de imóveis e quebra do mercado de ações. Esse quadro leva às crises! Na história recente, o mundo viveu a bolha das empresas “pontocom”, no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Esta foi o embrião da grande crise mundial de 2007/08, quando estourou a bolha do mercado imobiliário nos EUA. No Brasil, esta última levou à grande recessão econômica de 2014/16, auxiliada pelas decisões tomadas pelo governo de então. Na sequência, a pandemia da Covid-19, acompanhada da guerra Rússia x Ucrânia, se encarregou de completar o quadro recente de estouros de bolhas especulativas e consequentes crises econômicas globais. Pois uma nova bolha está, neste momento, formada. Trata-se da bolha da Inteligência Artificial (IA), a partir da constatação de que o valor de mercado das empresas do setor está acima do normal. Por exemplo: a Nvidia está cotada em torno de US$ 4,4 trilhões (se fosse um país seria o quarto mais rico do mundo). Outro indício, segundo o MIT, é que 95% das empresas que investiram em IA ainda não obtiveram retorno. Como hoje as quantias envolvidas são muito maiores, esta bolha supera a das “pontocom” e as que vieram na sequência. E o mercado (incluindo alertas do Banco da Inglaterra e do FMI), neste momento, não trata mais o problema como “se ocorrer”, mas sim “quando ocorrer”. Ou seja, no seu entender ela irá ocorrer, trazendo grandes perdas tanto na economia virtual quanto na real. Será um enorme rearranjo, que favorecerá as empresas de IA mais organizadas, eliminará outras tantas e provocará mais um forte impacto negativo na economia global, e por óbvio nacional, a partir de mais esta “exuberância irracional” no mercado de ações.  

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