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segunda-feira, 30 de junho de 2025

SOJA: PREÇO CONTINUOU PERDENDO FORÇA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Encerrado o primeiro semestre de 2025, nota-se que o preço da soja, tanto em Chicago quanto no mercado brasileiro, perdeu força. Em Chicago, o bushel (27,21 quilos) da oleaginosa, no final de junho de 2024 esteve cotado, para o primeiro mês (referência para a formação do preço em reais), em US$ 11,50, enquanto neste final de junho de 2025 seu valor foi de US$ 10,24. Ou seja, um recuo de praticamente 11%. No mesmo período o farelo de soja perdeu 24,7% enquanto o óleo, puxado recentemente pelos efeitos da guerra Israel contra o Irã, ganhou 20%. Ocorre que o efeito do farelo, sobre o grão, é maior do que o do óleo, pois de cada grão moído resulta 78% de farelo e 18,5% de óleo. Mesmo que o ano tenha aberto com o bushel valendo US$ 9,99, a pequena evolução positiva no semestre, na cotação do grão, pouco ajudou, embora tenha impedido que o preço em reais recuasse mais no período. Sim, porque as principais praças gaúchas, no final de junho do ano passado, praticaram o preço médio de R$ 122,00/saco, contra R$ 118,00 atualmente. E se ainda levarmos em conta o valor real, a perda seria maior já que temos 5,3% de inflação oficial no período. E o tombo dos preços só não foi pior porque o prêmio e o câmbio também ajudaram a segurar o valor do produto. No caso do prêmio, tomando Paranaguá como referência, nesse período de 12 meses ele passou de US$ 0,15/bushel para US$ 0,52. Enquanto isso, o câmbio médio, no primeiro semestre do ano passado, foi de R$ 5,08 por dólar, contra US$ 5,76 na média do primeiro semestre de 2025. Lembrando que, quanto mais desvalorizado o Real, melhor o preço da soja, pois a oleaginosa é um produto de exportação por excelência. Porém, não se pode ignorar que no início de janeiro/25 o câmbio estava em R$ 6,21, contra apenas R$ 5,45 no dia 30/06. Tal quadro geral penaliza especialmente os produtores gaúchos, que ainda tiveram que amargar uma frustração de 40% na safra recentemente colhida, após frustrações em anos anteriores. Afinal, as perdas de safra não impactaram em preços melhores, pois o Brasil, mesmo assim, colheu uma safra recorde, ao redor de 170 milhões de toneladas. Como a demanda chinesa não alterou seu ritmo, apesar da preferência ao produto brasileiro, o mercado estacionou nos atuais níveis, frustrando a expectativa de muitos. Agora, é esperar o que vem neste segundo semestre.


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