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segunda-feira, 17 de março de 2025

DEU A LÓGICA (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Como era esperado, a inflação brasileira em fevereiro disparou, alcançando 1,31% no mês e elevando para 5,06% o acumulado de 12 meses, lembrando que o teto da meta é de 4,5%. Deu a lógica, portanto! Os dois primeiros meses de 2025, no acumulado, já ultrapassaram o teto da meta. Pela nova sistemática adotada pelo Banco Central os próximos quatro meses serão decisivos (o cumprimento da meta de inflação passa a ocorrer mês a mês, sendo que a meta será descumprida quando a inflação acumulada em doze meses se desviar por seis meses consecutivos do intervalo de tolerância). E a inflação disparou em fevereiro (a maior alta para o mês em 22 anos) porque não houve mais o Bônus Itaipu, como alertado anteriormente, assim como houve outros elementos de pressão, em particular na área da educação, além da continuidade no aumento dos preços dos alimentos, mesmo que em menor escala do que em janeiro. Ou seja, diminuiu o ritmo, mas estes preços continuam aumentando. Como alerta André Braz (Ibre/FGV) “a inflação acumulada de janeiro de 2020 até agora, fevereiro de 2025, para alimentos, supera 55% e a inflação média fica em torno de 33%. Os salários foram corrigidos abaixo do aumento do preço dos alimentos. Então, para cada novo aumento que os alimentos vêm registrando, significa que as famílias têm um pouco mais de dificuldade de comprar a mesma quantidade de alimentos”. E não há perspectivas de curto prazo para que os preços cedam, apesar da ação do Banco Central em aumentar o juro básico (Selic) desde setembro/24. Ainda em março a Selic deverá ir a 14,25% e, para o restante do ano, a mesma deverá alcançar 15% e talvez um pouco mais. Afinal, as pressões externas, vindas dos arroubos protecionistas e populistas de Trump, ainda devem continuar por algum tempo, assim como nossos fatores internos não encontram solução adequada, caso do controle fiscal e, por extensão, do estancamento do aumento da dívida pública e seu crescimento constante em relação ao PIB. Assim, do tripé que tem sustentado a estabilidade da economia nacional desde 1999, já perdemos o superávit primário, estamos com dificuldades em relação a meta inflacionária e o câmbio flutuante se apresenta com grande volatilidade nos últimos tempos, exigindo interferências do Banco Central. Portanto, muito cuidado nesta hora! 

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