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segunda-feira, 8 de abril de 2024

COMBUSTÍVEIS: ALTA DE PREÇOS IMINENTE (?) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Diante do forte aumento nos preços internacionais do petróleo (o mesmo ultrapassou os US$ 90,00/barril nestes últimos dias) e da desvalorização do Real (a moeda brasileira chegou a R$ 5,06 por dólar na virada da semana), torna-se inevitável um novo aumento no preço dos combustíveis no Brasil. Tanto é que a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), em relatório divulgado em 22/03, informa que “o preço da gasolina comercializada pela Petrobras está 17% abaixo das cotações do PPI (Preço de Paridade Internacional), referência internacional do setor (...) sendo que a diferença do valor interno do litro para o usado no comércio exterior está em R$ 0,58.  No caso do óleo diesel, a defasagem média é de 10%, com uma diferença média de R$ 0,36 no preço do litro vendido pela Petrobras em comparação com o PPI.”. Tal situação já começa a causar problemas no mercado porque a Petrobrás, mesmo que tenha indicado mudanças em sua metodologia de preços, vem segurando artificialmente os mesmos. Isso, para segurar a inflação e, assim, manter a pressão sobre o Banco Central para que continue a redução da taxa de juros Selic. Tal procedimento, já utilizado no passado e que levou a quase quebra da Petrobras, pressiona a competitividade dos biocombustíveis, como o etanol. Além disso, começa a travar as importações de combustíveis (continuamos importando 30% do diesel que consumimos), pois os importadores pagam mais caro pelo produto, no exterior, sem conseguir repassar o valor internamente. “Nas contas da Refina Brasil, Associação dos Refinadores Privados, a Petrobras já perdeu mais de R$ 9 bilhões ao manter uma defasagem nos preços há tanto tempo. A última vez que a estatal promoveu algum reajuste nos valores foi em outubro passado, quando reduziu o litro da gasolina em 4% e aumentou em 6,5% o do diesel.”. Soma-se a isso o imbróglio político que existe atualmente entre o governo federal e a Petrobras, com a tendência de substituição do Presidente da estatal. Pelo sim ou pelo não, novos aumentos dos combustíveis, mesmo que abaixo da defasagem existente, deverão ocorrer aqui no Brasil. Caso contrário, o governo alimentará um processo de distúrbios econômicos que irá atingir a precária estabilidade conquistada nos últimos meses. O país já viu este filme e sabe como ele termina. 

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