Não é de agora, mas
torna-se importante alertar. Existe um tipo de prática que esconde a inflação
real na economia brasileira (e outras partes do mundo onde as leis são menos
rígidas e, talvez, justas), a qual a teoria econômica pouco fala. Trata-se da
“reduflação”, ou seja, os preços das mercadorias, especialmente as de consumo
básico, são mantidos (e as vezes até aumentados), porém, as quantidades nas
embalagens são diminuídas. E isso, quase sem informar os consumidores (nas
embalagens, quando aparece, a informação está em letras diminutas e
escondidas). Assim, na prática nossa inflação está bem mais elevada do que os
números oficiais indicam. A “reduflação” embute, igualmente, a redução da
qualidade do produto que se compra, em muitos casos modificando-se a fórmula do
mesmo, sem haver alteração do seu preço. A redução da metragem do rolo de papel
higiênico é clássica no Brasil. Mais recentemente surgiu o caso do leite
condensado, que foi substituído por “mistura láctea”. Mas há também o caso das
barras de chocolate, das barras de cereais, a redução do tamanho dos pães que
se compra, do tamanho dos produtos congelados (as pizzas, por exemplo) e dos
congelados em geral e por aí vai! Segundo a consultoria Horus, diversas
categorias de produtos passaram pela redução de volume sem reduzir preço. “Entre
os casos, o sabão em pó para roupas chegou a aumentar 20% entre julho de 2021 e
julho de 2022, enquanto o volume médio da embalagem caiu 5,4%. No achocolatado,
a alta dos preços foi de 9,9% contra 6,4% a menos de volume.”. Assim,
enganosamente, os preços seguidamente não aumentam, porém, o consumidor está
comprando menos quantidade e, muitas vezes, qualidade. Resultado: na prática
está pagando mais pelo produto. “As empresas possuem o direito de alterar a
quantidade ou os ingredientes de um produto. No entanto, de acordo com a
legislação brasileira, é indispensável que o aviso sobre a mudança seja claro,
sem deixar margem para qualquer dúvida por parte do consumidor.”. E isso
raramente acontece, havendo diversos casos que driblam a lei. O Procon deve ser
acionado, porém, na maioria dos casos as pessoas não percebem que estão sendo
enganadas. Isso explica, muitas vezes, porque o poder de compra não melhora, apesar
da redução oficial da inflação.
:)
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segunda-feira, 2 de outubro de 2023
REDUFLAÇÃO (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)
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