Verifica-se uma redução significativa na taxa de desemprego brasileira nos últimos trimestres, com a mesma chegando a 7,9% no trimestre encerrado em agosto/23. Isso se deve à melhoria do crescimento econômico? Embora haja uma correlação entre as variações do PIB e a taxa de desemprego no Brasil, o atual comportamento não é resultado de uma possível melhoria econômica. Mesmo porque nossa economia não voltou a progredir de forma consistente. Assim, dentre as explicações para o comportamento do desemprego, tem-se que “as pessoas saíram do mercado de trabalho (deixaram de trabalhar e/ou procurar uma ocupação), o que contribuiu para acelerar a diminuição da taxa de desocupação. Assim, menos pessoas procuraram empregos. E a metodologia brasileira para desemprego considera que somente está desempregado aquele que procura emprego e não o encontra. A elevação dos valores do Bolsa Família pode ter colaborado para mais pessoas deixarem de procurar emprego. Já vimos isso muitas vezes no passado. Por outro lado, é o setor público que vem contratando mais que o setor privado. E não se trata de emprego formal, e sim de emprego sem carteira, temporário, com vínculo precário, geralmente em governos locais. Trata-se de empregos na administração pública, saúde e educação, o que “confirma que o aumento registrado não está relacionado a um ciclo de retomada das atividades produtivas no setor privado, mas à elevação de contratações no setor de serviços intitulado ‘não mercado’.”. Enfim, há uma queda na participação da indústria na geração de empregos, fato que leva as remunerações medianas a recuarem em favor de salários mais baixos em uma ponta e mais altos na ponta com maior formação. Em síntese, “não se pode afirmar que a recente redução da taxa de desemprego está associada a um crescimento do nível de atividade, mas a um cenário de elevação da contratação temporária no setor público, possivelmente em governos locais...”. Portanto, “no longo prazo ainda se vislumbra a continuidade do processo de precarização e crescimento das disparidades no mercado de trabalho, salvo de inovarmos, agregarmos valor à produção e retornarmos a um crescimento econômico sustentado” (Cf. Marconi, N. Conjuntura Econômica, FGV, agosto 2023, pp. 46-48).
:)
Pesquisar
Postagens Anteriores
- maio (2)
- abril (9)
- março (8)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (9)
- outubro (8)
- setembro (9)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (9)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (9)
- maio (8)
- abril (9)
- março (9)
- fevereiro (6)
- dezembro (6)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (9)
- julho (9)
- junho (8)
- maio (10)
- abril (8)
- março (8)
- fevereiro (6)
- dezembro (7)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (9)
- maio (9)
- abril (8)
- março (9)
- fevereiro (7)
- dezembro (6)
- novembro (10)
- outubro (8)
- setembro (8)
- agosto (10)
- julho (8)
- junho (10)
- maio (8)
- abril (7)
- março (11)
- fevereiro (6)
- dezembro (8)
- novembro (8)
- outubro (8)
- setembro (10)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (8)
- março (10)
- fevereiro (6)
- dezembro (9)
- novembro (8)
- outubro (10)
- setembro (8)
- agosto (8)
- julho (10)
- junho (8)
- maio (8)
- abril (10)
- março (9)
- fevereiro (8)
- dezembro (7)
- novembro (9)
- outubro (9)
- setembro (9)
- agosto (8)
- julho (11)
- junho (11)
- maio (15)
- abril (14)
- março (16)
- fevereiro (12)
- dezembro (8)
- novembro (13)
- outubro (11)
- setembro (13)
- agosto (14)
- julho (12)
- junho (16)
- maio (10)
- abril (3)