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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

O EFEITO PETRÓLEO E OS INDICADORES ECONÔMICOS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Com a inflação de agosto, o acumulado de 12 meses passou a 4,61%. Ainda uma inflação aceitável, porém, em elevação como já era esperado. Até o momento, a mesma caminha para fechar o ano dentro das projeções de 5% a 6%, ou seja, acima do teto da meta. Por enquanto, este comportamento não deve diminuir o ritmo de redução da taxa Selic, de 0,5% nas próximas reuniões do Copom. Embora haja uma preocupação que mereça atenção: os preços do petróleo voltaram a subir no mercado internacional. Após bater em pouco mais de US$ 73,00/barril em julho, a cotação do mesmo abriu o dia 18/09 em US$ 94,41. Com isso, novos reajustes de combustíveis no Brasil devem ocorrer até o final do ano, salvo se o governo represar os aumentos temporariamente. O fato é que, neste quesito, os fortes aumentos de dias atrás (16,3% para a gasolina e 25,8% para o diesel, nas refinarias), ainda não cobriram integralmente a defasagem anterior. Segundo a Associação dos Importadores, se o diesel teria sido ajustado suficientemente (a defasagem era de 22% na oportunidade), a gasolina ficou longe disso, pois a defasagem, em relação ao mercado internacional, era de 30%. Ora, com o aumento superior a 29% no preço mundial do petróleo nestes últimos dois meses, a defasagem ganha força, mesmo que o governo tenha “abrasileirado” os reajustes. Lembrando que o diesel voltou a subir um pouco no início de setembro devido ao retorno de parte da cobrança dos impostos federais que, eleitoreiramente, foram retirados pelo governo anterior no final do ano passado. E em outubro próximo novo aumento, devido a este fato, virá. Assim, não se pode ignorar a possibilidade de, futuramente, o ritmo de redução da Selic recuar para 0,25% a cada reunião do Copom. Mesmo assim, a economia, dentro de suas atuais possibilidades, se mostra com resiliência e o PIB estimado para 2023 continua subindo. Aliás, a melhoria da estimativa é significativa, pois se esperava, em janeiro do corrente ano, um PIB de apenas 0,77%. Nesta primeira quinzena de setembro a expectativa já está em 2,9%. Assim, o comportamento do mesmo repete o ocorrido em 2022. Mas, muito disso é apenas efeito conjuntural, devido ao chamado “superciclo” das commodities, com seus elevados preços, o qual está deixando de existir paulatinamente nestes últimos meses.  

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