Não basta gerar empregos. É preciso que os mesmos sejam de qualidade, que tenham produtividade, se quisermos nos desenvolver. E isso, o Brasil não tem! Nosso sistema de formação é baixo, com pouco incentivo público e social. Segundo o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), os alunos do Vietnã, entre os 10% piores do país, têm desempenho melhor do que os 10% melhores entre os alunos brasileiros. “E há no Brasil um conjunto imenso de regras tributárias de bens e serviços e do trabalho que gravam desproporcionalmente as empresas maiores e funcionam como um subsídio às empresas menores e menos produtivas.”. Além disso, continuamos muito fechados ao comércio internacional, o que sustenta a sobrevivência de práticas de gestão pouco eficientes. A ciência econômica, associada às boas práticas mundiais, há muito tempo nos mostra que sem investimento não há crescimento (e não o contrário) e, por sua vez, não se pavimenta o caminho para o desenvolvimento. O grande problema é que buscamos acumular capital (crescer), sem avanços tecnológicos suficientes. Ora, assim não se vai longe, pois tal acumulação se esgota rapidamente “em função dos retornos marginais decrescentes”. Por exemplo: “em uma mesma propriedade rural, após a aquisição de um trator ou de uma grande colheitadeira, o ganho da segunda ou da terceira aquisição das mesmas máquinas será bem menor.”. Além disso, não se pode esquecer que o capital é um fator de produção móvel, ou seja, ele se desloca de locais com baixo retorno para locais onde o retorno é elevado. Assim, em países como o nosso “serão necessárias reformas que reduzam o custo de transação e, consequentemente, elevem o retorno do capital físico”. Portanto, não resolve favorecer o trabalho em um ou outro setor específico. O problema central é a baixa produtividade do trabalho em todos os setores da economia. “A baixa produtividade brasileira é fruto de um conjunto imenso de instituições que produz má alocação do investimento, gera baixíssima eficiência no setor público e desestimula a competição e a boa gestão.”. Enquanto a sociedade não escolher governos que atuem para alterar tal quadro, continuaremos patinando, dando margem para o populismo em geral nos levar à direção contrária. (cf. Pessôa, S. Revista Conjuntura Econômica, FGV, julho/23, pp.12-14)
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