No Brasil, neste momento, tem-se redução no índice de desemprego, com o mesmo alcançando 8%. Entretanto, para o desenvolvimento do país, pouco resolve gerar emprego se o mesmo não vem acompanhado de aumentos na produtividade do trabalho. Recente artigo da revista The Economist perguntava por que os trabalhadores latino-americanos são tão surpreendentemente improdutivos. No Brasil, por exemplo, uma hora trabalhada gera cinco vezes menos do que uma hora trabalhada nos EUA. Diante disso, pergunta-se: quanto da baixa produtividade encontra-se embutida no trabalhador e quanto depende do entorno, isto é, da qualidade da gestão das empresas e das instituições que estabelecem a regulação das relações das empresas com elas mesmas e com o Estado? Os fatores embutidos no trabalhador (as habilidades cognitivas e as habilidades socioemocionais, que afetam a produtividade de cada pessoa, sendo que ambas dependem de escolarização básica de qualidade) explicariam 50% da diferença de produtividade. A outra metade é causada pelo entorno, ou seja, as práticas de gestão das empresas. Em países como o nosso persiste muita má alocação de capital e trabalho, e um conjunto enorme de empresas ineficientes costuma sobreviver por aqui. Por exemplo: “se considerarmos a produção de ladrilhos para a construção civil, a produtividade nos EUA é pelo menos 25% maior simplesmente porque lá capital e trabalho estão alocados, em geral, em empresas mais produtivas.”. Ou seja, aparentemente má alocação de capital e trabalho, em empresas com baixa produtividade, que tanto os governos insistem em manter, associada a falta de estímulo para que as empresas adotem as melhores práticas de gestão, explicam a outra metade da nossa baixa produtividade. Portanto, o caminho não é dar sustentação pública a empresas ineficientes e, sim, criar as condições, em alocação de trabalho e capital, para que as mesmas se tornem eficientes e competitivas. Mas o Brasil, quando não desdenha a educação e a ciência, insiste em manter a péssima qualidade da rede pública de educação básica, gestão ruim das empresas e má alocação do investimento, resultantes de regras e instituições ruins, e de um mau funcionamento do setor público. (cf. Pessôa, S. Revista Conjuntura Econômica, FGV, julho/23, pp.12-14)
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