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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

O ALERTA CHINÊS (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Como já é sabido, a partir do início dos anos 2000 a China se tornou, paulatinamente, o maior importador mundial de soja. E o Brasil, o maior exportador desta oleaginosa para o país asiático (ao redor de 70% do total que exportamos anualmente). Hoje, a soja brasileira se viabiliza, em boa parte, graças a este mercado chinês. Para se ter uma ideia da importância da China no mercado da soja, suas importações deste grão, oriundas dos EUA, caíram 63% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto as compras do Brasil aumentaram 32% no mês. Isso ocorre devido à grande oferta brasileira e preços mais baixos por aqui. Os Estados Unidos continuam sendo o segundo maior fornecedor de soja para a China, respondendo por 31,9% das importações totais da oleaginosa do país asiático nos primeiros sete meses do ano, somando um total de 19,85 milhões de toneladas (+10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior). Enquanto isso, as importações chinesas de soja, procedentes do Brasil, somaram, entre janeiro e julho do corrente ano, um total de 38,9 milhões de toneladas, com alta de 12,2% sobre o mesmo período do ano anterior. Neste período, o Brasil respondeu por 62,4% das importações de soja por parte da China. É neste contexto que ganha importância o alerta dado, neste final de mês de agosto, pelos importadores chineses. Parte deles não acredita que, nos próximos anos, os volumes importados pela China devam crescer muito, com os mesmos oscilando em torno de 100 milhões de toneladas. Isso porque a demanda interna, por farelo e óleo, tende a se estabilizar. Dentre os principais fatores, para que a demanda chinesa por soja atinja o pico, em breve, tem-se o envelhecimento da população e o fato de os jovens preferirem mais carne de frango do que carne suína, o que impacta a demanda da ração animal. Isso coloca em xeque o aumento da produção mundial em geral, e brasileira em particular, para os próximos anos, caso não se encontre novos mercados consumidores importantes. Segundo ainda os chineses, suas importações olharão especialmente o preço do produto, e menos a qualidade. Ou seja, o preço internacional da soja enfrenta limites para subir, sendo que a China, como maior consumidor mundial, continuará fazendo pressão para que os mesmos baixem ao máximo possível. 

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