A decisão do Copom, em manter a Selic em 13,75% aa, traz alguns pontos de reflexão. Além do aspecto eleitoral do momento, o Banco Central julga que, por enquanto, a inflação vem sendo dominada. Segundo: a forte possibilidade de um PIB medíocre (0,6%) em 2023, assusta. Há consciência técnica de que o surpreendente crescimento deste ano (2,5% em projeção) está artificializado pela injeção de recursos eleitoreiros nos últimos meses. E isso não se repetirá no próximo ano. Pelo contrário, a lógica indica um forte aperto de cinto para recolocar minimamente o controle fiscal nos trilhos, qualquer que seja o candidato eleito. E juro alto freia ainda mais a economia. Terceiro: isso prejudica a geração de empregos, cuja reação atual ainda tem pouca consistência, pois “a taxa de participação e salários ainda é baixa, com alto nível de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e desocupados de longa duração” (cf. FGV). E, em se confirmando a tendência de queda no PIB, a geração de empregos voltará a ter impactos negativos entre o final deste ano e o ano de 2023. Quarto: o rombo fiscal brasileiro é preocupante, e não é de hoje. E as escolhas recentes, para cumprir o pouco que resta do teto de gastos, são casuísticas e comprometem o futuro do país. A poucos dias das eleições o governo anuncia o bloqueio de R$ 2,6 bilhões do Orçamento deste ano, provavelmente em áreas como educação, saúde e infraestrutura, enquanto liberou, pouco tempo atrás, R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares, sendo que R$ 3,5 bilhões saíram do orçamento secreto (modalidade de destinação de verbas sem critérios técnicos ou mesmo vínculos com políticas públicas). Quinto: o juro nos países desenvolvidos continua subindo, visando igualmente combater a inflação, gerando a preocupação de uma recessão global novamente. Diante disso, há probabilidade de uma saída forte de dólares dos países emergentes, Brasil no meio, o que elevaria ainda mais a desvalorização de suas moedas. No Brasil, um fator de forte pressão inflacionária. Enfim, o Copom sabe que a alta dos juros, até aqui realizada, ficou comprometida pela irresponsabilidade do executivo e legislativo em liberar recursos fora do teto de gastos, visando as eleições. Diante disso, a Selic tende a não ser reduzida tão cedo, não se descartando novas elevações da mesma, passada as eleições.
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