Em um período prolongado de elevada inflação, a população sofre com a corrosão do poder aquisitivo de seus salários. É o caso do Brasil no momento, fato que atinge igualmente os auxílios oficiais de renda, tipo o “auxílio emergencial”. Na prática, a inflação acaba sendo o pior dos impostos sobre uma população. Para muitos, a solução simplista seria aumentar o salário aos níveis necessários, acompanhando a inflação em cada momento. Muitos países fazem ou fizeram isso sem os resultados esperados. O próprio Brasil já adotou esta estratégia. O problema é que, um aumento de salário, sem o aumento da produtividade do trabalho e, por consequência, da produção, que sirva de lastro ao maior volume de dinheiro disponibilizado no mercado, realimenta a inflação, gerando um círculo vicioso. Assim, aumentar o salário mínimo, por exemplo, embora necessário, requer, antes, melhorar a produtividade do trabalho e do capital no país. Como não o fazemos, nossa economia não suporta um aumento repentino e considerável de salários sem gerar um forte aumento de custos de produção, o qual levaria a novo aumento de preços. Além disso, a Previdência, que já convive com um déficit anual enorme (R$ 259,1 bilhões em 2021), explodiria, quebrando de vez o sistema. Aliás, o déficit vem crescendo mesmo depois da reforma previdenciária realizada há dois anos, confirmando que, além de incompleta, a reforma é para resultados a longo prazo. Assim, como as aposentadorias estão indexadas ao salário mínimo, toda vez que aumenta este último, aumentam os valores a serem pagos aos aposentados. É por isso que se cogita desindexar a previdência do reajuste salarial, criando-se um índice de reajuste específico e, certamente, bem menor para a previdência. Dito isso, o problema central é que deixamos o salário-mínimo defasar com o tempo, algo que vem ocorrendo igualmente com a tabela do imposto de renda, dentro do contexto redistributivo brasileiro. Segundo o DIEESE, o salário mínimo no Brasil, em julho de 2022, deveria estar em R$ 6.527,67, ou seja, 5,39 vezes o piso nacional que é de apenas R$ 1.212,00. Agora, não há como, tecnicamente, corrigir esta diferença em um só movimento. Há muito o que se fazer antes disso. Ou seja, será preciso tempo, lembrando que os governos ainda devem querer realizar tal correção.
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