O Real, contrariando expectativas, se valorizou perante o dólar neste início de 2022, alcançando R$ 5,09 em 21/02. Este movimento é o segundo desde a escalada de desvalorizações iniciada em 2020. Após, no final de junho de 2021, a moeda nacional bater em R$ 4,92, ela voltou a se desvalorizar, atingindo patamares superiores a R$ 5,70 no segundo semestre do ano passado. Na oportunidade, a paridade de poder compra indicava que o valor deveria ser de R$ 4,50 a R$ 5,00. Quais os motivos, portanto, para esta nova revalorização do Real? Em primeiro lugar, a elevação dos juros no Brasil. A Selic saiu de 2% no ano passado para os atuais 10,75%, podendo superar os 12% até o final do ano. Enquanto os juros nos EUA e nas demais praças desenvolvidas não sobem, o aumento dos mesmos no Brasil torna nosso mercado atrativo ao capital especulativo. Tanto é verdade que, em 2022, até o dia 04/02, já havia entrado no país US$ 9,5 bilhões líquidos em capital financeiro, contra uma saída líquida de US$ 3,7 bilhões em todo o ano passado. Em segundo lugar, como é iminente a alta dos juros nos EUA, o capital aplicado por lá vê desestímulo à economia estadunidense, e passa a buscar ativos bursáteis mais baratos mundo afora. E o recuo de nossa B3 em 2021 tornou o Brasil atrativo. Tanto é verdade que nossa bolsa chegou a flertar com um recuo abaixo de 100.000 pontos no ano passado (hoje está acima de 113.000 pontos). Em terceiro lugar, a continuidade do aumento nos preços das commodities, por nós exportadas, levou o Brasil a bater um recorde em seu superávit comercial em 2021, atingindo a US$ 61 bilhões. Assim, mais dólares ofertados, maior é a valorização do Real no mercado interno. E o dólar pode cair abaixo de R$ 5,00? Sim, existe potencial, já que a paridade de poder de compra indica que nossa moeda deveria estar, hoje, entre R$ 4,20 e R$ 4,90. Na prática, isso tem possibilidade de ocorrer? É difícil! Talvez em curto espaço de tempo. Por quê? Porque existem pelo menos três motivos para novas desvalorizações do Real: o iminente aumento dos juros nos EUA, o qual atrairia dólares; o risco de conflito armado entre Rússia e Ucrânia (o dólar é um valor refúgio nestas ocasiões); e as eleições presidenciais no Brasil (fator de forte instabilidade, diante da polarização política existente). Um cenário, portanto, que exige muita atenção.
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