Infelizmente os problemas socioeconômicos brasileiros são tantos e profundos, de difícil solução, pois de natureza estrutural, piorando de governo a governo, com raras exceções. De 2003 para cá, os governos ditos “desenvolvimentistas” fracassaram via políticas intervencionistas, enquanto o atual governo, dito liberal, está longe de uma solução. Esta, passa por resolver a falta de produtividade e a desigualdade que grassa nesse país. E, hoje, não há agenda para isso. Ora, para promover ganhos de produtividade e reduzir a desigualdade uma das armas é conter o tamanho do gasto público, redirecionando os recursos para o real crescimento e desenvolvimento do país, a começar pela educação. Infelizmente, o que se assiste são reformas penalizando sempre os mesmos, mantendo privilégios e mantendo o atraso do país. A reforma tributária, por exemplo, está vindo particularmente para manter uma máquina pública inchada e ineficiente e não para ser indutora de desenvolvimento. Enquanto isso, o país sustenta um Congresso Nacional eivado de clientelismo, onde o sistema de poder e decisão está alimentado de forma “não republicana, por meio de emendas, caracterizando um processo de corrupção gravíssima de Estado, quando havia a promessa de que a mesma não seria feita. (..) O orçamento secreto, o tratoraço, são frutos dessas relações não republicanas, situação que avança para a questão das vacinas e diversos ministérios, sem que haja reação do poder central.” (cf. ZH Doc 03-04/07/2021, pp. 2-4) E, agora, para completar o quadro, o Congresso aprova a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022, a qual sacramenta o descalabro. A referida Lei, ao mesmo tempo em que prevê um déficit de R$ 170,47 bilhões, praticamente triplica o fundo eleitoral, o levando para R$ 5,7 bilhões. O mesmo nada mais é do que verba pública para financiar campanhas eleitorais particulares que todos sabem onde terminam. Um deboche, para dizer o mínimo. Infelizmente, a grande maioria destes políticos será reeleita, inclusive por uma parte da população dita mais culta, pois nosso povo não consegue discernir entre o que é construir um capitalismo do bem-estar social, em prol do desenvolvimento de uma nação, e o que são propostas e práticas populistas rasteiras e interesseiras, as quais vêm nos afundando historicamente, tendo ganho empuxe nos últimos 20 anos à esquerda e à direita.
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