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terça-feira, 17 de março de 2020

INFELIZMENTE MAIS DOIS PIBINHOS (I)


Entre a marolinha e a fantasia a economia brasileira afundou e não consegue mais decolar, sofrendo os percalços dos eventos internacionais e, em particular, da ineficiência na condução da política econômica em grande parte dos últimos 10 anos. Assim o ano de 2019 confirmou-se muito ruim, apesar dos arroubos populistas presidenciais, e do esforço de ajustes da equipe econômica a qual, juntamente com os setores da agricultura e da infraestrutura, sustenta o pouco que resta do atual governo. O PIB de 1,1% veio ainda pior do que o 1,3% registrado em 2017 e 2018, configurando o difícil quadro nacional. Este Pibinho acabou sendo sustentado pelo consumo das famílias, cujo crescimento foi de 1,8% no ano. Ora, o consumo das famílias representa 65% de toda a atividade econômica no cálculo do PIB. Porém, 50% do consumo das famílias é de serviços. Ou seja, o pouco de sustentação da economia é no consumo de serviços. Elas não estão consumindo bens duráveis, que é o que a indústria produz. Não há economia que tenha dinamismo com isso. Além disso, temos uma combinação terrível nesta área, que não está sendo modificada no decorrer dos anos. Trata-se do alto endividamento das pessoas, que leva a uma forte inadimplência, associada a um elevado desemprego, conjunto que gera baixa renda média na sociedade. No trimestre encerrado em janeiro/20 o país tinha 11,9 milhões de pessoas desempregadas, correspondendo a 11,2% da população. Sendo que dos empregos contabilizados, 40,7% são informais e 23,2% gostariam de trabalhar mais do que podem; enquanto 4,1% (4,7 milhões de pessoas) são desalentados (já não procuram mais empregos porque não o encontram). Neste contexto, 63 milhões de brasileiros estão inadimplentes, correspondendo a 41% da população adulta. Também pudera, 104 milhões de brasileiros (cerca de metade da população nacional) vivem com apenas R$ 413,00 mensais. Diante de tal quadro, reduzir o juro básico não surte o efeito esperado, como estamos vendo, pois o que está faltando é renda para o consumidor. Por sua vez, os investimentos finalmente também ajudaram ao PIB do ano passado, crescendo 2,2% no ano. Todavia, os mesmos demonstram perda de dinâmica pois no último trimestre de 2019 recuaram 3,3%. Desta forma, não é surpresa fecharmos 2019 com a economia nacional ainda no patamar de 2013. Afinal, a atual recuperação é a mais fraca da história do país, consolidando a maior década perdida dos últimos 120 anos. O resultado comprovou que a Reforma da Previdência, embora necessária, não foi a panaceia para a economia, pois seus efeitos são de longo prazo. Afora isso, há travas profundas que impedem o crescimento do Brasil. Dentre elas está o fato de que, o governo tendo que cortar gastos para não quebrar, a entrada do dinheiro privado tornou-se a única fonte para irrigar a economia brasileira. Ora, este dinheiro não veio. (segue)

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