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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

ONDE OS CORTES SÃO NOCIVOS AO DESENVOLVIMENTO


Argemiro Luís Brum
03/10/2019


Os ajustes na economia são necessários, porém, é preciso cuidado com setores fundamentais, como a educação, saúde, segurança e infraestrutura. Tomando apenas o caso da educação, não há país no mundo que tenha se desenvolvido sem investir pesado na formação de qualidade de seu povo. E não adianta apenas injetar dinheiro, é preciso fazê-lo com qualidade. O mundo evoluiu graças aos avanços científicos vindos da formação pela educação escolar e universitária. Ora, o Brasil de hoje está esquecendo disso e praticamente ignorando a educação. Corta-se inescrupulosamente verbas para pesquisa, ensino e trabalhos de extensão acadêmicos. Existem hoje políticas públicas decididas a acabar com o mundo da educação em nosso país. Parte do governo atual, e seus seguidores radicais, se mostra satisfeita com o ataque à arte, à cultura, à ciência, aos direitos sociais e à educação, abandonando a população ao desconhecimento, à escuridão da ignorância, destruindo a ciência e deixando o país ainda mais atrasado. Ora, nossas vidas são movidas pelos frutos da ciência, do conhecimento. E isto somente é possível com formação, com estudo, em síntese, com educação escolar e universitária séria, acompanhada de respeito a todas as pessoas ali engajadas. Sem isso, não se constrói uma nação avançada, e sim a barbárie. Portanto, não é desqualificando a educação que o Brasil irá avançar. Aliás, foi porque seguidamente a transformamos em instrumento de alienação, em busca de benefícios eleitoreiros próprios, que o país chegou a este estágio de crise, a ponto de se transformar, em alguns aspectos, em fiasco mundial. Querem nos fazer crer que podemos avançar com o truque “da educação sem dedicação; resultados sem meios; aulas sem professores; saber sem cultura; educação sem investimentos adequados”. Isso não existe, isso é posicionamento da mediocridade, que afunda o país no poço do subdesenvolvimento. A saída não passa pela destruição do que se construiu até hoje, e sim pela sua qualificação, independente de ideologias, em um embate construtivo de ideias, com o respeito que só a educação fornece. A desigualdade social de um país diminui conforme sua complexidade econômica aumenta. Ora, o Brasil, nos últimos tempos, voltou a trilhar o caminho oposto, que no passado já nos causou tantos estragos, gerando uma economia simplificada, com baixa industrialização, sem grandes inovações e ciência. Assim, além de desiguais, estamos construindo uma sociedade de despreparados. Só iremos sair de tal situação se investirmos, dentre outros, na constante melhoria da formação do povo brasileiro. Isso nos permitirá, com o tempo, evitarmos colocar despreparados populistas, alguns, inclusive, mal-intencionados e corruptos, na administração pública brasileira. Só assim poderemos vislumbrar a possibilidade de um futuro melhor.


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