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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

BRASIL: A REALIDADE E ALGUNS DESAFIOS PARA 2019 (Final)


Argemiro Luís Brum
06/12/2018

Se a economia nacional enfrenta as agruras de uma realidade que destacamos, em síntese, na coluna passada, muito se deve ao fato de que os serviços do Estado são caros e ineficientes e faltam investimentos, pois a Constituição de 1988 engessou os gastos públicos, deixando apenas 8% do orçamento federal a serem usados nas áreas essenciais, como saúde, segurança, educação e infraestrutura. O país parou e afundou, enquanto uma classe privilegiada, empregada nos três poderes da República, possui estabilidade no emprego e continua ganhando aumentos salariais que comprometem a saúde financeira do Estado. Na verdade, com honrosas exceções, para a classe política nacional “o Brasil parece ser muito mais um projeto e objeto de poder do que de nação, pouco interessando se o país avançará, desde que grupos o dominem” (cf. ZH, 26/09/18, p. 15). Por sua vez, “nos últimos cinco anos o consumo total do governo brasileiro aumentou 4% e o das famílias caiu 1%. Desde 2002, o salário do setor público cresceu 130%, e no setor privado 110%. O Brasil tem 60 mil homicídios por ano, o que equivale à soma de outros 150 países no mundo. No Brasil, um parlamentar ganha 16 vezes mais do que a média do povo, enquanto na Espanha, por exemplo, o mesmo ganha 1,8 vez. Nos EUA existem 168 sindicatos, enquanto no Brasil temos 17.289. Na Nova Zelândia, gasta-se numa empresa 105 horas para garantir exigências tributárias. No Brasil são precisas 2.600 horas. O Brasil está apenas em 37º lugar no ranking da educação mundial. A aposentadoria de um ex-presidente está em R$ 67.000,00 mensais, enquanto a de um cidadão simples do país é de R$ 965,00 mensais (69,4 vezes menor). O brasileiro gasta 41,4% de seu salário médio anual para pagar impostos.” (cf. ZH, 23/10/18, p. 18). Em tal contexto não admira que o Brasil tenha permanecido, pelo terceiro ano consecutivo, em 79º lugar mundial no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), de um total de 189 países. Estamos estagnados em relação ao mundo. E isso que o cálculo não leva em conta as desigualdades sociais. Caso isso fosse incluído, cairíamos para a 96ª posição. Pelo coeficiente de Gini, o Brasil é o 9º país mais desigual do mundo. Um horror! Estes são apenas alguns aspectos de nossa realidade, a serem enfrentados pelo novo governo em 2019. Há muitos mais!

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