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domingo, 9 de setembro de 2018

ATÉ QUANDO NO FUNDO DO POÇO? (I)


Argemiro Luís Brum
06/09/2018

Chegamos ao 196º aniversário de nossa independência política, infelizmente com nada a comemorar. Continuamos um país subdesenvolvido, com pouquíssimas chances de reverter tal situação. Pior: a rara oportunidade que tivemos para dar início a tal processo de recuperação, jogamos fora com políticas populistas e gestões públicas incompetentes nestes últimos 12 anos. Com isso, o Brasil piorou. Nosso PIB patina ao redor de 1% ao ano, flertando constantemente com a recessão (no segundo trimestre de 2018 os segmentos da indústria de transformação e da construção civil acusaram novamente estarem em recessão técnica); nossa taxa de investimentos não sai dos 16% do PIB; uma alta potencial da inflação volta a bater à porta, novamente por reajustes dos preços administrados e não pela dinâmica da demanda; o desemprego continua elevado (12,6% da população ativa) e só recua em função de sua fórmula de cálculo e não pela realidade vivida pelos cidadãos; a inadimplência no Brasil atinge a 63,4 milhões de cidadãos, segundo o SPC, representando cerca de 2/3 da população em idade de consumir (isto representa quase uma Itália inteira de inadimplentes); a corrupção continua “solta” no setor público e privado nacional, apesar dos esforços de segmentos do Ministério Público e da Polícia Federal; o Estado continua aumentando seu rombo, e nada é feito de concreto para ajustar as contas públicas (a dívida pública bruta se aproxima de 78% do PIB, contra 51,5% em 2013); em paralelo, os gastos com salários desmesurados no setor público continuam; grande parte da juventude nacional, nossos cérebros, só pensa em abandonar o país; uma tragédia anunciada, estilo Argentina e Venezuela, está cada vez mais próxima; e assim chegamos a mais uma eleição geral no país. E, além de os candidatos que se apresentam não transmitirem confiança, uma população despreparada e sem esperanças volta a buscar no populismo irresponsável uma saída, colocando na ponta das pesquisas desde políticos presos por corrupção, até candidatos demagogos que pouco sabem do que estão falando, num claro analfabetismo funcional. Nenhum coloca como prioridade a educação do brasileiro. E a reação da sociedade indica que este instrumento, fundamental para tirar um país do fundo do poço, igualmente não é prioridade há muito tempo. Em tal contexto, não basta estarmos entre as 10 maiores economias do mundo; termos reservas cambiais importantes para defender nossa moeda; colocarmos no governo uma equipe econômica preparada para os ajustes e reformas estruturais necessários; realizarmos discursos inflamados e mesmo artigos como este. É preciso que os cidadãos brasileiros queiram realmente mudar para melhor o país. Para isso ser possível, é preciso entender o que aqui acontece. E para entender, é preciso formação, educação, cultura. Como está o país neste quesito? (segue)

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