Prof.
Dr. Argemiro Luís Brum
17/05/2018
Dando sequência ao tema de nossa coluna
passada, lembramos que as Bolsas em geral vivem, particularmente, de bolhas
especulativas, as quais estouram facilmente deixando muita gente em
dificuldades. Um dos erros primários é ir no embalo do mercado, participando do
chamado efeito “manada”, especialmente na hora de vender as ações. Geralmente,
tais vendas são feitas sem raciocínio. O importante é comprar e vender após
estudar bem o mercado e a situação econômico-financeira nacional e mundial em
que estão inseridas as empresas que ali negociam suas ações. Não estudar os
mecanismos de funcionamento e aplicação em Bolsa é um erro constante. Enfim,
investir e não ter tempo de acompanhar o movimento bursátil e suas razões,
confiando apenas em terceiros, pode ser igualmente muito arriscado. Dito isso,
após realizado o investimento o risco é julgar, depois de certo tempo, que
já se conhece tudo e aumentar a aplicação, comprometendo a liquidez de vida
pessoal, da família ou da empresa. Uma situação deste tipo, geralmente, mais
dia menos dia, leva ao desastre, pois assim como sobem, as cotações despencam
rapidamente. Neste sentido, é preciso cuidar muito com as oscilações anormais,
pois geralmente são motivadas por bolhas especulativas que não oferecem
sustentação. Neste amplo contexto, até aqui exposto, não é aconselhável especular em Bolsa pensando no
futuro e em "viver de renda". Sobretudo na atualidade, onde a
volatilidade bursátil é intensa, dominada pelo interesse dos Fundos,
especialmente os especulativos, e onde a economia real nem sempre se reflete em
seu comportamento. Neste contexto, tais aplicações valem para quem tem dinheiro
sobrando e deseja jogar na especulação, desde que saiba os meandros do
processo. Agora, não esquecer que sempre, se há alguém que ganha, do outro lado
há alguém que perde. Cuidar muito para não ficar neste segundo caso, que é
muito corriqueiro para os desavisados. Mesmo depois deste alerta, se ainda desejar
aplicar em Bolsa visando o futuro, escolher ações de empresas sólidas na
economia real, e saber que tal investimento deve ser feito por longo
prazo, pensando na aposentadoria e/ou para os filhos e netos. Neste caso, em
momentos ruins da Bolsa, será preciso manter as posições, mesmo perdendo
dinheiro. Tal atitude não é fácil e requer muita firmeza na tomada de decisões
a respeito. Além disso, não ignorar que muitas empresas em que se aposta podem,
no decorrer do tempo, falirem e nos deixarem na mão (o caso da Varig no Brasil
é emblemático). Assim, investir em Bolsa é tratar igualmente de investir numa
cesta de ações/aplicações, colocando ali as melhores existentes no momento e
com melhores expectativas futuras após profunda análise. Aqui, a máxima se inverte:
jamais colocar na cesta um tipo apenas de ovo.