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quinta-feira, 14 de maio de 2015

CRISE ECONÔMICA E INCOMPETÊNCIA GERENCIAL



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
14/05/2015

Pelo menos 75% de nossa atual crise econômica é resultado da má gestão de nossos governos federais, especialmente nos últimos cinco anos. Potencializada pelo jogo de interesses presente nos poderes legislativo e judiciário. Portanto, não adianta culpar os outros (crise mundial, falta de chuva...) pelo que nos acontece, como a propaganda oficial (que nos custa milhões de reais por mês) tenta nos convencer. Soma-se a isso a profunda corrupção que se instalou no governo, com desvio de verbas públicas, desde o mensalão em 2005, prosseguindo nos Correios e outras empresas, até chegar à Petrobrás (para ficar com os fatos mais contundentes). Um desastre completo. Quanto à questão econômico-financeira propriamente dita, o centro do problema sempre foi o Estado ter governos que gastam mais do que arrecadam, e frequentemente gastando muito mal. Como o destino dos gastos públicos é mal feito, na lógica estrutural o Estado “quebra”. Como o Estado não é uma empresa privada, ele não fecha as portas e sim transfere para a sociedade o custo da ineficiência e incompetência gerencial, via mais impostos, menos serviços públicos (sem falar na qualidade dos mesmos) e redução de investimentos em infraestrutura que, por óbvio, reduzem a competitividade do país e a qualidade de vida de seus cidadãos. A situação piora ainda mais caso não haja cortes na máquina pública, ao mesmo tempo em que medidas paliativas, porém custosas, vão enganando os mais ingênuos e protelando o estouro da economia. No Brasil dos últimos anos passamos por tudo isso e agora o país estourou! Além da má gestão da política econômica, evidencia-se que o grande rombo da Petrobrás vem particularmente do fato de o governo, entre 2008 e 2014, ter subsidiado o preço dos combustíveis aos brasileiros, enquanto o petróleo (que importamos) disparava de preço no mercado mundial. No setor elétrico o TCU, em recente relatório, acusa que “as dificuldades vividas pelo setor elétrico nos últimos anos possuem estreita relação com deficiências da atuação governamental no setor...”. Ou seja, a culpa da crise energética está longe de ser a seca, embora a mesma atrapalhe. Somente o atraso nas obras do setor gerou, nos últimos tempos, um custo adicional de R$ 8,3 bilhões. Por sua vez, continuamos sem reformas estruturais, especialmente a administrativa, tributária e previdenciária. No primeiro caso, não custa lembrar que no início dos anos de 1990 (governos Collor e Itamar) tínhamos 14 ministérios. Hoje o Brasil tem 38 ministérios, 128 autarquias, 34 fundações e 140 empresas estatais, a maioria servindo para apadrinhamento político e cabide de emprego, o que somente aprofunda a incompetência gerencial e torna a vida dos brasileiros ainda mais cara. Espera-se que o fato de a sociedade cair na real, neste início de 2015, quanto à verdadeira face de sua economia, lhe dê maior discernimento no momento de escolher seus gestores públicos.

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