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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

AINDA VAI PIORAR (I)



Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
26/02/2015

Não se faz omelete sem quebrar ovos! Esta máxima popular nunca foi tão verdadeira para o caso da economia brasileira na atualidade. Se é verdade que o governo acordou para a necessidade de corrigir o rumo da mesma, após cinco anos de descalabros, igualmente é verdade que o custo dos ajustes ficou altíssimo para o cidadão brasileiro. As constantes manifestações populares e do setor produtivo mostram que a população não está preparada para o que vem vindo, apesar dos avisos. Tem sido uma característica da maioria dos brasileiros em ver pessimismo lá onde a realidade desponta e, quando a mesma lhe cai no colo, o susto é grande. Estamos em recessão econômica e assim continuaremos em 2015. A estagflação, nos padrões atuais de nossa economia, é uma realidade e irá continuar por algum tempo. O desemprego aumenta consideravelmente porque a demanda diminui e enfrentamos uma inflação de custos no país. A recomposição dos preços administrados (energia elétrica, combustíveis e outros) continuará. Isso tudo porque precisamos urgentemente realizar os ajustes antes que a situação estrutural da economia nacional piore. Os primeiros movimentos - sim, estamos apenas diante dos primeiros movimentos de ajustes – já mostraram o tamanho do estrago social que teremos pela frente. Dentre eles, como prevíamos, as famílias mais pobres ficarão ainda mais pobres, iludidas que foram por um ganho de renda insustentável. O próprio governo cria as bases para tal ilusão ao declarar que a classe média brasileira é integrada por indivíduos que vivem em famílias com renda per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00. Ora, nas condições atuais do custo de vida nacional, parte desta categoria social chega, no máximo, a classe E. Assim, não surpreende que recente pesquisa mostra que nos últimos seis meses 47% dos brasileiros da dita classe C (oficial) estejam comprando menos produtos em supermercados. Afinal, o Estado brasileiro, diante dos ajustes necessários, está reduzindo igualmente alguns ganhos sociais, pois seu déficit público é enorme. Por sua vez, chegamos a esse momento da vida nacional com 44,3% dos brasileiros com idade de 10 ou mais anos sem trabalhar e nem procurando emprego (cf. IBGE), a maioria vivendo com o apoio estatal que se esgota (a ilusão do pleno emprego). Paralelamente, a crise econômica que se procura corrigir começa “...a criar vagas onde os salários médios são bem mais baixos, enquanto fecha as vagas no setor industrial. Ou seja, o Brasil está gerando agora empregos de salário mínimo e destruindo empregos com maior remuneração e qualificação...” (cf. Débora Morsch, ZH -21/02/2015), tipo os ofertados na indústria e no setor de serviços. Como tudo isso poderá terminar? (segue)


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