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terça-feira, 14 de outubro de 2014

ELEIÇÕES: O QUE SE DECIDE (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
16/10/2014

O segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, marcado para o dia 26/10, dentre tantas coisas, para a economia definirá se o país terá ou não um governo que procurará atacar duas coisas fundamentais: 1) tornar o Estado nacional eficiente; 2) tornar a economia nacional, como um todo, mais competitiva. As duas coisas somadas permitirão, sem depender exclusivamente do cenário externo, gerar as condições para um crescimento econômico mais elevado e necessário (4% ao ano de forma contínua) e manter os programas sociais. Segundo a FGV (cf. Conjuntura Econômica de agosto/14, pp. 40-41), a taxa anualizada do PIB nos dois mandatos do governo Lula (2003 a 2010) ficou em 4%. Já a taxa anualizada do atual mandato do governo Dilma (2011-2014) deverá cair para algo ao redor de 1,9%, provavelmente menos a julgar pelo resultado de 2014. Assim, no atual governo deixamos de crescer cerca de 2% a cada ano. Isso representa uma perda de US$ 48 bilhões/ano ou US$ 4 bilhões/mês. Esse sim é um grande prejuízo nacional! Além dos fatores externos, como os reflexos da crise econômico-financeira mundial, existem muitos fatores internos que explicam tamanha perda, sendo o principal deles a má gestão da política econômica por parte do atual governo. Portanto, o novo governo a ser eleito terá que correr atrás do prejuízo. Terá que ser capaz de mudar os rumos da política econômica para que se volte a crescer pelo menos 4% ao ano. Isso significa que 2015 será um ano de fortes ajustes na economia. Não há cura da doença sem um remédio amargo para todos os brasileiros, herança deixada pelo governo que finda. O que aconteceu no governo Dilma para que chegássemos a tal estado de coisas? A principal resposta é de ordem estrutural: o crescimento zero da produtividade dos fatores de produção. Soma-se a isso a intervenção do governo com pacotes econômicos no velho e ineficiente estilo de “apagar incêndio”, fato que gerou incertezas no mercado, destruiu a credibilidade da política econômica e criou um ambiente desfavorável ao investimento. Ora, o governo não pode anunciar metas e deixá-las de cumprir, como a mais recente em relação ao superávit primário de 1,9% ao ano. Para piorar o quadro, a maquiagem (contabilidade criativa) da política fiscal destruiu em definitivo a imagem do governo aqui e no exterior. Diante disso, não há como escapar dos péssimos índices econômicos que temos na atualidade. Nesse contexto, a pergunta que se procura responder a partir de agora é: o que será que o novo governo brasileiro precisa fazer para tentar corrigir tal cenário desolador? No próximo comentário vamos discorrer sobre isso. 


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