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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A ECONOMIA DO CLIMA (I)

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
25/09/2014

Nesta semana o mundo deu início a mais uma Cúpula do Clima. A mesma, promovida pela ONU, se realiza em Nova York (EUA). A ideia é reduzir o efeito estufa sobre o Planeta via a obtenção de um compromisso multilateral de redução de emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global. Nessa reunião o mundo busca um acordo concreto que será aprovado na Cúpula de Paris, em 2015, já que tal iniciativa foi frustrada quando da Cúpula de Copenhage, em 2009. Naquela ocasião, o Brasil se comprometeu em reduzir as emissões de carbono entre 36% e 39% até 2020. Outros países fizeram promessas nesta mesma linha. Todavia, com raras exceções, ninguém vem conseguindo cumpri-las. Tanto é verdade que, entre 1993 e 2013 o Brasil aumentou sua emissão de carbono em mais do que o dobro, chegando a um total de 482 milhões de toneladas em 2013. A China e os EUA, os maiores poluidores mundiais, alcançaram respectivamente 9,98 bilhões e 5,23 bilhões de toneladas no ano passado. O debate a respeito do problema não é novo. Em 1896 Syen Arrhenius teorizou o efeito estufa mundial pela primeira vez. Mais recentemente, o início do debate internacional é datado de 1988, quando a Organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente criam o Grupo de Especialistas Intergovernamentais sobre a Evolução do Clima (GIEC). Em 1990 o GIEC publica um relatório informando da forte probabilidade de um futuro aquecimento global e a responsabilidade da atividade humana como agente provocador do fenômeno. Tal situação alimenta a Cúpula da Terra, ou a conhecida Rio 1992, ocorrida no Brasil. Na época é constituída a Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. A mesma destaca que todos os países deveriam participar de uma ação internacional eficaz e apropriada segundo suas responsabilidades comuns e diferenças, suas capacidades respectivas e sua situação social e econômica. Ou seja, a mesma distingue os países desenvolvidos, que realizaram emissões de grande quantidade de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial, das outras nações. O debate mundial prossegue nestas bases e conduz ao Protocolo de Kyoto (Japão), assinado em 1997. Este Protocolo define o princípio de um compromisso que obrigaria os países desenvolvidos, num período de tempo que iria até 2012, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 5% em relação a 1990. Pela primeira vez se afirma que é necessário organizar a redução via um parâmetro ligado à atividade econômica. Porém, o Protocolo é enfraquecido pela postura dos EUA, que se negam a assiná-lo. Na prática, os EUA, já incomodados com o avanço econômico da China, não aceitam que o país asiático fique quase isento de combater a emissão de gases, por ser subdesenvolvido, enquanto eles o devem fazê-lo de forma substancial. Aí começa o verdadeiro embate em torno da questão! (segue)





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