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quarta-feira, 23 de julho de 2014

ECONOMIA: O QUE FAZER?

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
24/07/2014

Com a nova projeção do mercado de que o PIB nacional, em 2014, venha a ser de 0,97% (em março a mesma estava em 1,7%), se consolida a tendência de uma economia cada vez mais no rumo da recessão. Assim, o governo Dilma termina seu quadriênio em péssima situação, com um crescimento médio que deverá ficar ao redor de 1,1% ao ano. Tal comportamento não se deve unicamente ao pessimismo do mercado o qual, aliás, advém da falta de perspectivas indicadas pela péssima condução oficial da economia brasileira. Trata-se de um retrato do esgotamento de nossa economia como um todo, mesmo com safras agrícolas importantes no período. Para piorar o quadro, os meses futuros deverão ser ainda mais difíceis, pois a inflação não cede e o desemprego aumenta. O que fazer? No contexto das reformas estruturais que são fundamentais, seguem algumas sugestões objetivas que o futuro governo eleito deverá necessariamente levar em conta se quisermos realmente recuperar, no tempo, a economia nacional (cf. FGV). Em primeiro lugar, há certo consenso de que a política econômica dos últimos anos foi ineficaz em suas tentativas de reavivar a economia. Assim, o desafio nacional é aumentar a produtividade do trabalho e do capital físico para que o Brasil tente voltar a crescer em torno de 4% ao ano. Esse seria o ritmo necessário para o país dobrar a renda per capita em 20 anos. Para tanto é preciso ter em mente que o Brasil ainda é um país de renda baixa em relação aos desenvolvidos. Em segundo lugar, e como dificuldade adicional, a relação de dependência no trabalho (ativos/inativos) aumentará. Isso leva que o aumento da produtividade do trabalho necessário venha a ser ainda maior do que o necessário hoje, para elevar o PIB per capita aos níveis dos desenvolvidos. Em terceiro lugar, a produtividade do trabalho aumenta de acordo com a qualificação do trabalho (medida por anos de estudo) e o volume de capital por trabalhador (mais máquinas e infraestrutura por trabalhador). Ora, para que o gasto público per capita com educação continue se expandindo sem pressionar o déficit e a dívida pública, é necessário reduzir o ritmo de crescimento de outras despesas do governo. Além disso, tais gastos não podem apenas melhorar a educação quantitativamente e sim qualitativamente. Em quarto lugar, como nos últimos anos os itens que aumentaram  mais foram as transferências de renda, conclui-se que, para o próximo governo, para que determinados gastos sociais aumentem mais (saúde, educação…), será necessário que outros gastos sociais aumentem menos (previdência, abono salarial, seguro-desemprego…). Em quinto lugar, o aumento do investimento em capital físico dependerá de maior atratividade e previsibilidade da taxa de retorno sobre o capital. Será preciso, portanto, impulso via reais investimentos em infraestrutura. Enfim, a aceleração do crescimento do Brasil depende de ações que estimulem o investimento em capital físico e humano.






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