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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CRISE MUNDIAL: OS PERIGOS FUTUROS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
21/11/2013

Existe uma situação complexa no cenário mundial quanto a saída da atual crise econômico-financeira iniciada em 2007/08. De um lado, os EUA dão mostras de começar a se recuperar, embora ainda de forma lenta, fato que, paradoxalmente, preocupa o mundo emergente, e nesse caso particularmente o Brasil, porque isso representa a retirada do apoio mensal estatal de US$ 85 bilhões que o Banco Central estadunidense vem dando à sua economia. Como parte deste dinheiro acaba irrigando a economia mundial, isso significa que a liquidez internacional de dólares, mesmo que especulativos, irá diminuir. Com isso, países como o Brasil terão menos entrada da moeda norte-americana. Como tal quadro deve se iniciar nos próximos meses, é de se esperar maior desvalorização do Real, podendo muito bem nossa moeda ultrapassar os R$ 2,40 por dólar em 2014 e não mais ficar na paridade aceitável de R$ 2,15 a R$ 2,25, apesar dos esforços do Banco Central brasileiro. Isso significa, por tabela, maior pressão inflacionária no Brasil se nada for feito para compensar tal movimento cambial. De outro lado, a Europa ainda se encontra em situação perigosa, assim como as finanças mundiais. Segundo o ex-presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, novas bolhas financeiras estão se formando. Isso porque, apesar das atividades especulativas dos bancos terem diminuído, a regulamentação do setor financeiro internacional não ocorreu, pois os países não entraram em acordo sobre como executar tal processo. Assim, “o setor financeiro paralelo continua prosperando e o risco sistêmico permanece”. Torna-se, portanto, urgente que o fôlego oferecido pelos Bancos Centrais à economia mundial, na medida em que, desde 2009, vêm financiando a um alto custo a saída da crise, seja aproveitado pelos setores público e privado dos diferentes países para colocarem suas finanças em ordem (orçamento, reformas estruturais, regras prudenciais, controle de riscos). “Caso contrário, o período presente somente terá servido para preparar a próxima crise”, alerta Trichet. A prova de que a situação financeira e econômica continua perigosa nos vem da amplitude das ações adotadas pelos diferentes Bancos Centrais, dos países desenvolvidos, para administrar a crise e suas repercussões. Antes da crise, tais atitudes eram inimagináveis. O problema é que, olhando ao nosso redor, a maioria dos demais países, inclusive o Brasil, pouco tem feito para efetivamente colocarem suas finanças em ordem.

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