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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

BALANÇA COMERCIAL, CÂMBIO, INFLAÇÃO E JUROS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
07/11/2013


Na esteira das más notícias econômicas que vive o país em 2013, o início de novembro não ficou indiferente. Quatro elementos fundamentais viraram o mês indicando um cenário pouco alvissareiro para o final do ano e para 2014, confirmando a tendência que se desenha há meses. Em primeiro lugar temos o resultado de nossa balança comercial. Após agosto e setembro com superávits, o mês de outubro voltou a acusar déficit. No total, o mesmo ficou em US$ 224 milhões. No acumulado do ano (10 primeiros meses) o déficit comercial é de US$ 1,83 bilhão e no acumulado de 12 meses (nov/12-out/13) o superávit alcança tão somente US$ 219 milhões, contra US$ 21,7 bilhões um ano antes. E a tendência para os dois últimos meses do ano aponta para dificuldades em corrigir esse rumo já que as festas de final de ano levam a mais importações do que exportações. Para complicar tal quadro, o câmbio voltou a indicar uma aceleração da desvalorização do Real, com o mesmo chegando, neste início de novembro, muito perto de R$ 2,30 por dólar, após algumas semanas estacionado entre R$ 2,15 e R$ 2,20. Tal comportamento deverá levar o governo a manter a venda de dólares no mercado, pois essa dimensão de câmbio eleva os preços dos produtos importados, acelerando a inflação interna. E mais uma vez tal realidade não fica restrita somente a fatores externos, mas igualmente à contínua saída de dólares do país devido à debilidade dos fundamentos macroeconômicos nacionais. Além disso, apesar dos alertas, há uma grande preocupação de que as estatísticas oficiais continuem sendo maquiadas. Afinal, 2014 é ano de eleições presidenciais! Assim, mesmo com a desvalorização cambial ocorrendo desde maio passado, as exportações nacionais, nos primeiros 10 meses de 2013, recuaram 0,9% enquanto as importações aumentaram 9,3%. Quanto à inflação, o IGP-M de outubro cresceu 0,86%. Embora menor do que setembro, o mesmo ficou bem acima dos 0,02% registrados em outubro de 2012. Com isso, o acumulado de 12 meses saltou para 5,27%. Resta agora esperar o IPCA, considerado o índice oficial, embora o mesmo venha sofrendo maquiagens há mais de ano. Esse indicativo de que a inflação não cede alimenta a tendência de que os juros voltarão a subir na última reunião do Copom, prevista para o final deste mês de novembro. Nesse caso, a Selic deverá fechar 2013 em torno de 10%. Uma ação monetária de curto prazo necessária, porém, inibidora do crescimento da economia. Não é por nada que o mercado avança um PIB de somente 2,2% em 2014, contra uma expectativa de algo entre 2,0 e 2,5% em 2013.  É de se imaginar o que teria sido de nossa economia neste ano que finda se as safras agrícolas não tivessem transcorrido bem, especialmente os grãos de verão como a soja.

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