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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O CENTRO DO PROBLEMA ECONÔMICO

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (CEEMA/DACEC/UNIJUI)
01/08/2013


O centro da crise econômica mundial se encontra hoje na enorme dívida pública, também conhecida como dívida interna, acelerada pelo estouro da crise econômico-financeira de 2007/08. Essa dívida é composta pelo total dos débitos assumidos pelo governo junto às pessoas físicas e jurídicas residentes no próprio país. Sempre que as despesas do governo superam a receita, há necessidade de dinheiro para cobrir o déficit. Esse dinheiro pode vir de três fontes: emissão de papel-moeda (com o risco de gerar mais inflação); aumento da carga tributária (que pode sufocar o sistema produtivo); e o lançamento de títulos públicos (que pode gerar fortes altas das taxas de juros, provocando um aumento da própria dívida interna). Nesse contexto, o correto seria não gastar mais do que a receita e, em isso já existindo, cortar as despesas para ajustar a contabilidade. Infelizmente o Brasil não faz isso! Até o início deste ano estudos econômicos informavam que o patamar aceitável de endividamento era de 90% do PIB anual. Todavia, os economistas que construíram esse modelo informaram, em abril passado, que seus estudos têm falhas e que não é correto considerar que, ao ultrapassar o teto de 90% do PIB, o país assiste a um recuo em seu crescimento econômico, podendo chegar mesmo a recessão. Tal afirmação permite agora duas possibilidades: determinados países podem construir uma dívida pública acima de 90% do PIB e não assistirem a um recuo no seu crescimento econômico; outros países podem verificar um crescimento econômico baixo mesmo com uma dívida pública bem menor do que os 90% do PIB. Tudo depende de como se administra essa questão. No caso do Brasil, a julgar pelo comportamento histórico de nossa economia, estaríamos na segunda realidade. A previsão de nossa dívida pública, para o final de 2013, é de R$ 2,2 trilhões, ou seja, em torno de 50% do PIB atual. Com o agravante de que ela vem aumentando constantemente. Aliás, o anúncio de cortes de R$ 10 bilhões no orçamento deste ano é pífio diante do tamanho da conta. Além disso, as diferentes instâncias de governo continuam gastando mais do que podem e mal. O custo das prefeituras brasileiras com os chamados cargos de confiança, por exemplo, é uma agressão ao bom-senso e à população em geral que acaba de manifestar pesadamente contra esse tipo de descalabro. Mais, no primeiro semestre de 2013 o Governo Central brasileiro obteve uma receita líquida de 8,2% enquanto os gastos aumentaram 12,9%, com o agravante de que tais gastos pouco beneficiaram a sociedade e sim foram feitos para manter a máquina pública, inchada e ineficiente (gastos de custeio). Tais gastos cresceram 23,9% entre janeiro e junho deste ano, em relação a igual período do ano passado. Nesse ritmo, os anos futuros serão sempre piores do que os anos presentes, até quebrarmos e a conta sobrar para todos! Aliás, há muito Estado e município brasileiro que já está quebrado e continuamos sorrindo como se isso não fosse conosco.

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