:)

Pesquisar

sexta-feira, 21 de junho de 2013

TENDÊNCIAS

Prof. Dr. Argemiro Luís Brum
(CEEMA/DACEC/UNIJUI)

23/06/2013

NADA MUDA NA ESTRATÉGIA ECONÔMICA OFICIAL
Diante da atual realidade econômica brasileira, onde o Real se desvaloriza assustadoramente (R$ 2,25 no final da tarde do dia 20/06); a inflação não cede, devendo subir fortemente neste mês de junho, no acumulado de 12 meses, se não houver maquiagens; onde o gasto público elevado continua e, agora, com a população brasileira acordando para a realidade e decidindo se manifestar contra a situação econômico-social (desconsiderando os baderneiros de plantão, que nada agregam), é justo esperar que o governo brasileiro altere sua estratégia econômica. Aliás, foi neste sentido que caminharam as declarações oficiais no final de maio, quando tal quadro se cristalizou definitivamente, na medida em que se anunciou que o governo iria investir mais e gastar menos, incluindo gastos nos pacotes sociais de curto prazo. Naquele momento, tal anúncio transparecia uma retomada, mesmo que parcial, da responsabilidade para com o futuro do país, esquecendo-se das eleições do próximo ano. Ora, a agradável surpresa não durou muito! As últimas declarações oficiais, feitas nesta semana, revogam o entusiasmo anterior quanto a pensar o Brasil no longo prazo. As mesmas, infelizmente, confirmam que a visão continua sendo eleitoreira. Embora a pressão popular, depois disso, tenha se ampliado nas ruas. Dito de outra forma, numa perigosa ação eleitoreira o governo considera que não há necessidade de mudanças na estratégia econômica que claramente fracassou nestes últimos três anos. Assim, o anúncio de pacotes de apoio social (eleitorais) deve continuar (isso explica o “bolsa mobília” anunciado em plena crise atual) para quem obteve empréstimo junto ao programa Minha Casa Minha Vida. O governo julga, erroneamente, que esse tipo de ação incentiva (?) investimentos e ajuda a reduzir (?) a inflação. Pior, para ajustar as contas públicas, ao invés de realizar economia, o governo planeja usar recursos das privatizações (sic) – admitindo, finalmente, que está sim privatizando - no pagamento dos juros da dívida, num colossal erro de avaliação, já comprovado em governos passados. 

NADA MUDA NA ESTRATÉGIA ECONÔMICA OFICIAL (II)
Ou seja, “a ordem é seguir nas medidas a conta-gotas para problemas específicos, não estando previsto um ajuste forte nas contas públicas”. O ideal seria uma guinada significativa na economia, porém, o governo não a dará porque, além das eleições estarem próximas e desejar se reeleger, o que hoje já parece mais complicado, não está disposto a admitir que errou quando tentou implantar uma política desenvolvimentista, batizada de “nova matriz macroeconômica”. Além disso, o resultado de um ajuste estrutural, por serem demorados, não virá antes das eleições. Ou seja, continuaremos a pagar uma conta cada vez mais pesada, com o risco de perdermos mais um tempo precioso, porque os que nos governam estão, novamente, pensando no seu futuro pessoal e não no futuro da Nação. Assim, duas coisas parecem evidentes: o governo vai tentar capitalizar ao máximo, em seu favor, as manifestações, tentando mostrar que busca resolver os problemas sociais exigidos, mesmo que isso seja apenas de fachada e de curto prazo; e, se reeleito, virá com ajustes estruturais pesados (se vier) que, embora necessários, irão doer muito mais, pois virão tardiamente. Pelo visto, a população brasileira terá que manifestar por muito mais tempo e, talvez, de forma ainda mais dura, para vencer tamanha incompetência administrativa de um lado e tamanha mesquinhez individual por outro lado. Ou consiga construir, até as eleições de 2014, uma “terceira via” política que realmente pense o Brasil em seu coletivo, colocando de lado os que hoje usam o país e suas riquezas em benefício próprio.

Postagens Anteriores