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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

PIB FREIA E SELIC PODE BAIXAR (?) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

Apesar de o Banco Central e o governo caminharem em sentidos opostos (o primeiro, com o aumento do juro, busca frear a economia visando conter a inflação, enquanto o segundo busca acelerar a economia através de políticas públicas, na medida em que a eleição se aproxima), o sentimento é que o crescimento da economia nacional começa a diminuir. A projeção agora, para 2025, é de um PIB ao redor de 2,2%, contra algo próximo de 3% no início do ano. Alguns indicadores apontam para isso: a inflação acumulada (IPCA) cede, mesmo que lentamente, com a expectativa de encerrar o ano em torno de 4,8% a 5%. Embora ainda longe do teto da meta, que é de 4,5% anuais, está melhor do que os 5,5% que rondamos no primeiro trimestre. Já a geração de emprego igualmente diminui, como era esperado na medida em que a economia freia. No Brasil, a mesma foi de 129.800 empregos formais em julho, um recuo de 32% em relação a julho de 2024. Este resultado de julho é o pior para o mês desde 2020. Nos primeiros sete meses do ano (janeiro a julho) o país criou 1,35 milhão de empregos com carteira, um recuo de 10,3% sobre o mesmo período do ano passado (cf. Caged). Lembrando que esse desaquecimento na economia também começa a refletir o efeito do tarifaço de Trump. O mesmo, embora tenha ficado menor do que o inicialmente anunciado, atinge setores importantes e pode ainda ter desdobramentos futuros. Mas, não há dúvida de que o juro alto (Selic) começa a trazer consequências. Afinal, o efeito na economia real, de uma elevação do juro, leva em torno de seis meses a partir de sua aplicação. Considerando que o aumento do mesmo iniciou em setembro/24, seus impactos iniciaram em fevereiro/25 e deverão avançar todo o corrente ano e parte do primeiro semestre de 2026. Diante do atual quadro, surge uma nova expectativa quanto ao início do processo de redução da Selic. Por enquanto, se nenhum choque inesperado ocorrer, os 15% anuais deverão ser mantidos neste restante de ano. Porém, a redução pode começar antes de maio do próximo ano, período em que ela vinha sendo esperada. E até quanto ela poderá baixar? Por enquanto, espera-se terminar 2026 com uma Selic ainda elevada, na altura de 13%, pois a crise fiscal, que é geradora de inflação, ainda está longe de ser resolvida e as eleições devem aumentar os gastos públicos.

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