20/06/2025 a 26/06/2025
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20/06/2025 a 26/06/2025
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O Copom, sem grandes surpresas, voltou a aumentar o juro básico, passando o mesmo para 15% ao ano. Por trás desta decisão duas possíveis conclusões: 1) o aumento deve ser interrompido na próxima reunião, porém, o ciclo de alta não estaria finalizado (tudo irá depender do controle fiscal interno e do novo conflito na região do Oriente Médio); 2) mesmo sendo interrompido, o juro básico nos atuais níveis deve durar todo o restante do ano e, talvez, avançar 2026 adentro. Isso porque as condições para corrigir o abismo do rombo fiscal, gerador de inflação, estão longe de serem reunidas. Neste caso, há muita irresponsabilidade dos três poderes do país, com aumentos constantes de gastos, sem aumento de receitas equivalentes, a não ser o uso do artifício de aumentar constantemente os impostos (no dia 17/06 mais um descalabro: os parlamentares aprovaram um reajuste do fundo partidário ao custo de R$ 164,8 milhões ao Tesouro). Soma-se a isso a péssima qualidade dos gastos (o Estado gasta muito e mal). E ninguém quer dividir o ônus, assim deixando o problema estourar efetivamente no setor produtivo, acirrando o embate entre a minoria de privilegiados e o restante dos brasileiros. De tanto empurrarmos de barriga o problema, estamos no limiar (2027) de o país ser obrigado a tomar uma decisão definitiva. E isso passa por uma alteração na política econômica, a qual terá que ser de severo aperto. A situação está tão ruim que o atual governo inventou o conceito de “gasto negativo”, algo que não existe em lugar nenhum, muito menos na ciência contábil, econômica ou financeira. Muito disso para fazer caber no papel (orçamento da União) os gastos abissais com as emendas parlamentares. Não surpreende que as contas públicas não fechem. Em tal cenário, o Real escapa de sofrer uma brutal desvalorização nestes últimos meses, e a Selic deixa de ser muito mais elevada, porque o dólar, devido a Donald Trump e suas medidas, perdeu força como valor refúgio no mundo. E como a última liderança política, que decidiu enfrentar nossos problemas econômicos estruturais, foi FHC com seu Plano Real, o país, sem piloto há cerca de 23 anos, chegou onde chegou. Ou muda a atual trajetória urgentemente ou o que está crítico agora ficará insustentável nos próximos dois a três anos.
13/06/2025 a 19/06/2025
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No contexto da crise fiscal brasileira, que está nos levando a uma inviabilização do Estado já em 2027, o rombo da Previdência Social é um dos mais graves. Assim, diante de uma reforma largamente insuficiente, feita em 2019, estamos às portas de uma nova reforma. O que já atualmente se tem está longe de bancar a vida de um aposentado. Senão vejamos: nove em cada 10 brasileiros que trabalham, formalmente, ganham um salário abaixo de R$ 3.450,00 mensais. E pouco mais da metade dos aposentados ganham no máximo um salário mínimo (R$ 1.518,00 mensais). Ou seja, a grande maioria dos que estão se aposentando, chegam a este estágio ganhando cerca de menos da metade do que recebiam de salário normal. Não é por nada que, cada vez mais, jovens trabalhadores preferem a informalidade, não contribuir com a Previdência e realizar poupança própria, via Títulos do Tesouro, LCAs, LCIs, CDBs etc. Embora isso requeira muito cuidado na administração do dinheiro por longos anos, tal decisão não é absurda se formos calcular quanto a pessoa irá contribuir no período de vida útil trabalhando, em relação a quanto irá receber de aposentadoria posteriormente. Ao mesmo tempo, o país está envelhecendo, a ponto de estarmos chegando na realidade perigosa de um aposentado para pouco menos de um trabalhador que contribui. Além disso, o aumento do trabalho informal (potencializado pela reforma trabalhista de 2017) e outras situações, colocam em xeque a Previdência Social. Dados oficiais, corrigidos pela inflação, mostram que o déficit da Previdência cresceu 60% apenas entre 2015 e 2024. Somente no ano passado (2024) o rombo no sistema, incluindo regime geral e próprio (militares e servidores públicos), atingiu a R$ 416,8 bilhões, contra R$ 260,6 bilhões em 2015. Isso tudo vai para dentro do déficit fiscal geral da União. O quadro é gravíssimo, exigindo remédios amargos. Dentre eles, além de eliminar os privilégios de algumas categorias, a nova reforma deverá rever a aposentadoria rural; ampliar ainda mais a idade mínima; desindexar a aposentadoria do salário mínimo etc. Do jeito que está, quem não conseguir fazer poupança durante a sua vida produtiva (hoje um grande número de brasileiros), não encontrará na Previdência Social um refúgio. Aliás, isso já é a realidade para muitos.
06/06/2025 a 12/06/2025
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O PIB do primeiro trimestre de 2025 cresceu 1,4% em relação ao trimestre anterior. Quando comparado ao mesmo trimestre de 2024 o crescimento é de 2,9%. Desta maneira, o carregamento, para o conjunto do ano, permite apontar um PIB final de 2% (contra 3,4% em 2024). Ou seja, a contração estaria começando, mas o crescimento resiste. Por enquanto, o que se tem de boas notícias, e suas ressalvas, é que o consumo das famílias continua positivo. A ressalva é que o mesmo mantém uma inflação elevada (na prévia de maio o acumulado de 12 meses veio a 5,4%, contra o teto da meta de 4,5%), induzindo a não se descartar um novo aumento da Selic na próxima reunião do Copom, dias 17 e 18 de junho, agora de 0,25 ponto percentual, passando o acumulado de 12 meses para 15% (a maior taxa desde julho de 2006). Além disso, o consumo das famílias se mantém, em boa parte, puxado pelas medidas sociais públicas de apoio à renda. Embora necessárias, elas ajudam a aumentar o déficit fiscal, problema sério e recorrente que o país enfrenta. Soma-se a isso o fato que foi a agropecuária que puxou o PIB do trimestre, pois o resultado da safra de grãos, positiva em termos de país, é contabilizado no primeiro trimestre. Não haverá isso, nesta dimensão, nos semestres seguintes. Ainda se torna muito importante frisar que os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), cresceram 3,1% no trimestre e 9,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Se este resultado conforta a ideia de que a produção industrial tende a melhorar e, com isso, puxar os PIBs futuros, a ressalva é que a taxa de investimento (FBCF/PIB) continua baixa, em 17.8%, e que o resultado do trimestre foi influenciado pela importação de uma plataforma de petróleo. Pelo sim ou pelo não, considerando a média dos últimos 15 trimestres (em relação ao trimestre anterior), que está ao redor de 0,8%, o crescimento dos primeiros três meses de 2025 é bastante positivo. Entretanto, como se sabe, os efeitos de mudanças na Selic levam, pelo menos, seis meses para atingir a economia real (a Selic fechou 2024 em 12,25%, foi a 14,25% no final de março/25, chegando hoje a 14,75%). Assim, a lógica aponta para uma freada no PIB logo adiante. Mas, 2026 é ano de eleição, por onde se tentará manter o PIB resiliente, mesmo que isso venha a gerar mais inflação, juros e crise fiscal.
30/05/2025 a 05/06/2025
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O Brasil vive uma crise fiscal importante, gerada em uma realidade onde, ao longo dos anos, o Estado gasta mais do que arrecada e, na maioria das vezes, gasta muito mal. A consequência, dentre outras, é que o país inviabiliza sua saída do subdesenvolvimento. A questão central não é exatamente a dívida, mas o que o país faz com o dinheiro que gera a mesma. Ora, com raras exceções, vemos que o mesmo escapa pelo ralo da ineficiência, a partir de gestores públicos incompetentes; escapa pelo jogo de interesses, o qual busca manter os privilégios de uma minoria; e escapa pelo fato de que pessoas, encasteladas no poder público e em outros setores da sociedade, literalmente roubam constantemente a Nação, não importando o matiz ideológico (o caso do roubo dos recursos dos aposentados da Previdência, que ultrapassa seis bilhões de reais, é cristalino). Como se não bastasse tudo isso, o Congresso Nacional dá mostras, mais uma vez, de sua irresponsabilidade para com a situação, propondo o aumento das vagas na Câmara Federal, com um custo anual de R$ 64,8 milhões. Ao mesmo tempo, aprova as emendas parlamentares, as quais estão consumindo cada vez mais o orçamento livre da União, deixando o governo federal sem dinheiro para manter a máquina pública funcionando e os investimentos controlados pelo Executivo. Chegamos ao ponto de “ou o governo deixa de pagar as contas ou o país terá mais inflação”. Hoje, o déficit nominal do Brasil está entre os quatro maiores do mundo. A situação é tão grave que o próprio governo federal reconhece que haverá um “apagão no Orçamento” a partir de 2028. Naquele ano, o governo terá apenas R$ 59,5 bilhões para as despesas não obrigatórias (investimentos etc) sendo que, destes, R$ 58 bilhões irão para emendas parlamentares. Em 2029 não haverá dinheiro nem para a verba dos congressistas. Para evitar isso, além de, obviamente, eliminar o roubo do dinheiro público, será preciso reforçar o orçamento (como emitir moeda e vender título público gera inflação; sobra, então, ou aumentar impostos – aí está a polêmica do IOF - ou cortar profundamente as despesas, com radical mudança no arcabouço fiscal e um efetivo cumprimento do mesmo). Solução ainda existe, mas queremos adotá-la? Esta é uma das fotografias do país que temos! A mais importante pensando no presente e no futuro da Nação.