25/10/2024 a 31/10/2024
Já está disponível o mais recente informativo da CEEMA-UNIJUÍ.
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.
25/10/2024 a 31/10/2024
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.
De forma geral, a população brasileira e os empresários nacionais de todos os setores, em particular os mais pobres e os micro, pequenos e médios empreendedores, vêm pagando uma conta altíssima, na história deste país, em função do descontrole das contas públicas. Agora, o atual governo, ao perceber que o arcabouço fiscal (nova medida para controlar o déficit público) não dará resultado apenas pelo aumento das receitas, como já era sabido, fala em, finalmente, “levar a sério o corte de despesas públicas”. A intenção é reduzir em R$ 50 bilhões as mesmas neste ano. O problema é que entre a intenção e a prática há uma distância absurda. Elencamos aqui alguns descalabros existentes a esse respeito, amplamente divulgados apenas nestes dois últimos meses: 1) a ideia de cortar os supersalários fica só no discurso, sendo que apenas o Judiciário, através dos mais diversos penduricalhos, chamados pomposamente de verbas indenizatórias, é o poder que mais concentra salários inchados acima do teto legal; 2) os Tribunais pagaram R$ 4,5 bilhões acima do teto constitucional a juízes apenas em 2023; 3) o país tem, atualmente, R$ 104 bilhões de gastos fora da meta, que fazem parte da “contabilidade criativa” e que estão à margem das contas oficiais (a meta do arcabouço pode até ser alcançada, mas na prática há dinheiro vazando por todos os lados); 4) o governo deverá abrir mão de receitas ao redor de R$ 543 bilhões, apenas em 2025, sob forma de benefícios tributários, o que representa quase 20% do que a Receita Federal pretende obter no ano. Estes benefícios, segundo a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital, não contribuíram para o desenvolvimento regional. “Pelo contrário, aumentaram as desigualdades, beneficiando regiões mais ricas...”, sem falar que tais incentivos, na maioria dos casos, beneficiam grandes empresas, em especial multinacionais, que não precisam dos mesmos; 5) o litígio tributário (disputa tributária entre contribuintes e o Estado brasileiro) chegava a R$ 5,7 trilhões (75% do PIB) em 2020 (dado mais atualizado), boa parte em função de leis mal feitas. Assim, não é surpresa se o risco país sobe, o Real se desvaloriza, a inflação dispara, e o Copom eleva o juro para contê-la, travando a economia e penalizando ainda mais a população que trabalha, paga a conta diariamente e não vê luz no fim do túnel.
18/10/2024 a 24/10/2024
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.
A desvalorização desproporcional do Real está auxiliando na pressão inflacionária que vivemos atualmente, pois as importações têm sido usadas para preencher a lacuna interna gerada por uma demanda em crescimento diante de uma oferta insuficiente. Na incapacidade de trazer o câmbio para o normal (algo entre R$ 4,80 e R$ 5,00 por dólar), o juro básico elevado continuará sendo a arma para segurar a alta dos preços. Para se ter uma ideia, o câmbio saiu de R$ 4,86 no final de 2023 para R$ 5,70 no dia 21/10, após R$ 5,66 no final de julho/24. Os motivos desse movimento de desvalorização são de natureza externa e interna ao nosso país. A questão principal é definir o peso dos fatores externos e internos. Não sem razão, se culpa muito os fatores externos, como a pandemia entre 2020 e 2022; a guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022; os juros elevados nos EUA; a firmeza do dólar perante as moedas dos países emergentes e assim por diante. Mas, e os fatores internos, que papel assumem neste cenário? Pois recente estudo, proporcionado por pesquisadores da FGV (cf. Conjuntura Econômica, agosto/24, pp. 12-15), mostra que nesta atual desvalorização do Real, os fatores internos estão sendo decisivos. Toda a vez que um menor comprometimento oficial com o ajuste fiscal se cristaliza, o risco país se eleva (e os discursos políticos são abundantes neste sentido). Diante disso, a partir do estudo tem-se que entre o final do ano passado e o dia 21/10 a desvalorização de nossa moeda atingiu a significativos 17,3% ou quase um Real por dólar. Tal movimento, neste período, tem os fatores internos como principal causa, pois o risco país piorou nestes 10 meses de 2024. A piora foi de 11,6% (19,8 pontos percentuais da piora seria por fatores internos, reduzidos pelos 8,2 pontos que vieram dos fatores externos, os quais diminuíram o risco país no período). Em síntese: “toda a desvalorização do Real no corrente ano deveu-se a fatores domésticos (internos).”. Assim, poderíamos trazer o câmbio para patamares adequados, reduzindo a inflação e baixando o juro básico, o que alavancaria o crescimento pelo aumento da produção. Mas para isso, o conjunto do governo (executivo, legislativo e judiciário) precisa efetivamente realizar profunda correção fiscal nas contas públicas. Solução existe, a questão é abandonar o discurso e partir para ações concretas!
11/10/2024 a 17/10/2024
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.
O PIB do segundo trimestre foi surpreendentemente elevado. Uma ótima notícia quando visto de forma geral. Entretanto, ao detalhá-lo, surgem nuvens no horizonte. O mesmo foi puxado pelo consumo, tanto do governo quanto das famílias. Ou seja, nossa economia roda com um consumo em nível muito acima do esperado, ao mesmo tempo em que os investimentos vêm bem menores, embora em crescimento. Assim, nota-se que o crescimento da demanda interna foi de 4,7% sobre o mesmo período do ano anterior, o que indica que estamos “testando os limites da capacidade produtiva do país”. Boa parte disso se explica pelo forte aumento dos gastos públicos, os quais vão muito além da reconstrução do Rio Grande do Sul pós-enchentes. Desta forma, enquanto a economia “roda a plena carga”, não se nota grande preocupação do governo com a agenda de controle de gastos, apesar do ministro Haddad. E rodar desta maneira gera desequilíbrios crescentes. Em algum momento a conta vai chegar. Para lembrança, entre 2006 e 2013 o crescimento de nossa economia foi de 37%, enquanto a demanda interna cresceu 48%. Ou seja, a oferta de bens e serviços não deu conta da demanda. A conta chegou com uma brutal recessão entre meados de 2014 e o final de 2016. Estaríamos “iniciando uma dinâmica semelhante”? E o problema é que as importações não conseguem fechar a lacuna existente entre a maior demanda e uma menor oferta interna. O resultado é a disparada inflacionária, a qual fica muito pior se a moeda nacional permanece desvalorizada acima do normal (caso dos últimos meses no Brasil), pois importamos inflação. Assim, o Real precisa voltar aos níveis de R$ 4,80-R$ 5,00 rapidamente. Do contrário, se tentará frear a economia pela retomada do juro elevado. Portanto, “puxar o crescimento, liderado pela demanda, até o limite da capacidade produtiva da economia, no curto prazo parece muito positivo, porém, estruturalmente a ação é perigosa e, em algum momento, virá um ajuste. Este poderá ser altamente dolorido, especialmente se o novo presidente do Banco Central não segurar a pressão populista de nossos governantes. Afinal, o populismo nunca foi bom conselheiro para a política econômica em qualquer instância que seja (cf. Pessôa, S. Conjuntura Econômica, FGV, setembro/24, pp. 14-16).
04/10/2024 a 10/10/2024
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.
O agronegócio brasileiro é um importante elemento da economia geral do país. Ele representa, hoje, ao redor de 25% do PIB, 48% das exportações totais e 27% da geração de empregos. Somente a cadeia da soja e do biodiesel representou, em 2023, 23,2% do PIB do agronegócio e 5,9% do PIB nacional. Pois não é de hoje que este setor vem sendo ameaçado. Já falamos sobre isso neste espaço. Se é verdade que o agronegócio em geral e a produção da soja em particular precisa ainda melhorar em relação às questões ambientais e ecológicas, cruciais mundo afora (“a floresta em pé é que dá competitividade ao agronegócio brasileiro” e não o contrário), também é verdade que os produtores que nele atuam não podem ser confundidos com grileiros, madeireiros, garimpeiros e invasores de terra e matas que atuam em nome de interesses escusos, em muitos casos apoiados por ONGs criadas especificamente com este fim (aqui, igualmente, não se pode misturar as ONGs que realizam um trabalho exemplar e necessário em prol da sociedade, do meio ambiente e da economia em geral, com as que existem para explorar a natureza brasileira sem escrúpulos e, geralmente, movidas por interesses externos). Dito isso, a Europa (e prevenimos isso anos atrás) radicalizou posição ao estabelecer regras para importação de soja, carne bovina, madeira, cacau, café, óleo de palma e borracha, assim como seus derivados, pelas quais os produtores deverão mostrar que seus produtos não passaram por áreas de degradação ecológica, desmatamento, não infringiram direitos do uso da terra, normas trabalhistas, direitos humanos e proteção ambiental (a China estuda ir pelo mesmo caminho). Se é verdade que existe um cunho protecionista nesta decisão, também é verdade que há uma reação coerente ao problema climático global que se aprofunda atualmente. Lutar contra isso é perder a guerra comercial mundial. Como sempre, demoramos para reagir por não acreditar nas ameaças. Mas elas estão chegando e rapidamente, podendo nos fazer perder mercados importantes. E não podemos nos fiar no adiamento por 12 meses na aplicação das mesmas pelos europeus (a aplicação das regras ficou para janeiro de 2026). A nova realidade comercial já bate à porta do agronegócio brasileiro e é irreversível, com todas as consequências negativas que trará para quem não a assimilar.
27/09/2024 a 03/10/2024
Para acessá-lo e acompanhar as mudanças mais recentes nesses mercados, clique aqui.