23/08/2024 a 29/08/2024
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23/08/2024 a 29/08/2024
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Estudos internacionais já deram conta de que, pela primeira vez na história da humanidade, a geração dos nossos filhos será, em média, mais pobre do que a dos pais. E o quadro ainda pode piorar nas próximas décadas. É o caso do Brasil, por exemplo. Segundo dados do Censo 2022 (IBGE), a população em nosso país (e no RS) parará de crescer mais cedo do que se esperava. Atingiremos o pico em 2041, com 220,4 milhões de habitantes (o RS já em 2026, com 11,2 milhões). A partir daí a população decresce lentamente, considerando a taxa de natalidade que temos (1,5 filho por mulher, contra uma necessidade de 2,1 filhos). O impacto econômico será imenso. Os investimentos terão que ser muito mais voltados à uma população idosa. Afinal, entre 2000 e 2023 a quantidade de idosos (60 anos ou mais), em relação ao total de brasileiros, passou de 8,7% para 15,6%, devendo chegar a 37,8% em 2070. Por outro lado, o mercado de trabalho (especialmente se a quantidade de jovens na categoria “nem-nem” – não trabalha e nem estuda, hoje em torno de 20% do total, não for drasticamente reduzida) terá que empregar muito mais idosos do que atualmente. Isso porque, até agora, nossa história esteve calcada na lógica de sermos um país de jovens, fato que permitiu a produção e a geração de riqueza ocorrer pela facilidade na reposição de trabalhadores, esquecendo de investir em produtividade. Nos últimos 40 anos, nossa produtividade do trabalho cresceu na média de 0,6% ao ano, uma das mais baixas do mundo. Ora, diante da iminência de termos menos jovens, para sustentar o crescimento econômico será preciso aumentar substancialmente a produtividade, tanto do trabalho quanto do capital. Teremos que fazer aquilo que pouco fizemos até o momento, e agora de forma ainda mais urgente: “gerar condições para o desenvolvimento via investimento em educação e em tecnologias capazes de impulsionar os resultados econômicos”. Como o setor público negligenciou a importância dessa realidade nas últimas décadas, com raras exceções, uma adaptação a essa nova dinâmica de nossa economia levará uma a duas décadas, desde que se comece logo a reação. Ou seja, infelizmente, pelo descaso da sociedade em geral e dos poderes públicos em particular, a tendência é empobrecermos, agravando a vida das gerações a partir de agora.
16/08/2024 a 22/08/2024
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Os avanços tecnológicos modificam o mundo e nos globalizam, sendo que a humanidade chegou ao atual estágio de desenvolvimento graças à tecnologia. Todavia, nem todos conseguem usufruir da mesma de forma adequada. Isso porque lhes falta a capacidade (ou condições) para inovar. Entendendo-se aqui inovação como a capacidade de a sociedade assimilar e usar a tecnologia. A mesma pode ser complementada como “a criação de algo novo ou a melhoria de algo existente, cujo processo envolve o desenvolvimento de novas ideias, produtos, serviços ou métodos que oferecem valor ou soluções para determinados problemas”. O Brasil é um dos tantos países em que a inovação ainda enfrenta muitos obstáculos. E isso explica parte de nossas dificuldades em avançarmos socioeconomicamente. Paul Krugman já disse que “produtividade não é tudo, porém, no longo prazo é quase tudo”. Ora, nossa produtividade, especialmente no âmbito do trabalhador e das empresas, é muito baixa. Nos últimos 40 anos a taxa média de crescimento da produtividade do trabalhador brasileiro foi de 0,6% ao ano, uma das mais baixas do mundo. É sabido, hoje, que a inovação no âmbito das empresas é um dos principais elementos para ganhos de produtividade. Dentre os desafios a serem vencidos pelo Brasil, para este quadro melhorar, citam-se dois: superar as falhas no mercado de crédito, e as empresas que inovam não conseguem se apropriar amplamente dos ganhos das atividades inovativas, gerando desestímulo e menos investimentos na área. Soma-se a isso o fato, mesmo que os governos estejam se interessando mais no assunto, de os investimentos públicos estarem muito aquém do necessário. Além disso, os avanços obtidos esbarram em um outro problema crônico que temos: a escassez de mão de obra qualificada para trabalhar com a inovação. Estudos recentes dão conta de que obstáculos de conhecimento têm o mesmo efeito perverso dos impactos financeiros na redução das empresas em inovarem. Assim, não basta aumentar os investimentos públicos e privados em inovação. É preciso, como é sabido historicamente, melhorar consideravelmente as políticas de qualificação da mão de obra, por onde passa a educação em geral e a formação técnica em particular (cf. Pinheiro, M. Conjuntura Econômica, FGV, julho/24, pp.18-19).
09/08/2024 a 15/08/2024
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A Caderneta de Poupança, no Brasil, é a forma mais popular e fácil de o brasileiro poupar no mercado financeiro. Obviamente, desde que sobre dinheiro no final de cada mês para conseguir poupar. Seu rendimento anual nominal (considerando a inflação), em julho, chegou a 7,24% e, no mês, ao redor de 0,57%. Sua base mensal é calculada como 0,5% ao mês + TR (0,066%) para depósitos feitos no início de agosto. Lembrando que a regra vigente no Brasil é a seguinte: quando a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês, somada à Taxa Referencial (TR); quando a taxa Selic for menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da taxa Selic, somada à Taxa Referencial (TR). Neste momento, com a Selic anual em 10,5% o rendimento mensal, portanto, é de 0,566%. Considerando as demais aplicações, a poupança tradicional é a que menos rendimento oferece, porém, é a mais segura, além de não ter carência e ser isenta de imposto de renda. Ela é muito usada pelas pessoas que possuem baixa renda (a maioria dos brasileiros) e, portanto, pouca sobra de dinheiro e/ou pelas pessoas que precisam ou temem necessitar resgate rápido (um LCA, LCI tem as mesmas vantagens, porém nove meses de carência). O que isso significa? Que a poupança tradicional é um importante balizador da situação econômica da população brasileira. Ora, nestes últimos três anos os saques estão superando os depósitos. A saída líquida de recursos atingiu a R$ 103,2 bilhões em 2022, R$ 87,8 bilhões em 2023 e, nos primeiros sete meses de 2024, a mesma atinge R$ 3,7 bilhões, lembrando que os maiores saques acontecem no segundo semestre, pois o 13º dos aposentados foi novamente antecipado para maio e junho. É verdade que muitos aplicadores saem da poupança para investir em ativos que rendem mais no momento (em 2023, enquanto o rendimento real da poupança foi de 3,41% o LCA rendeu ao redor de 4,73%, ou seja, 38,7% a mais), entretanto o grosso dos saques se dá pelo alto endividamento da sociedade, o qual continua a levá-la a uma forte inadimplência. Em maio/24 a inadimplência, junto à população adulta, chegava a 41,3%. Assim, se alguns indicadores econômicos gerais melhoram, a situação particular da população continua muito ruim, freando o consumo e a dinâmica da economia.
02/08/2024 a 08/08/2024
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O rombo fiscal bate mais um recorde nos 12 meses até junho/24, atingindo a R$ 1,108 trilhão, representando 9,92% do PIB. Somente em junho o rombo nominal foi de R$ 135,7 bilhões e, sem considerar o gasto com juros, o setor público consolidado registrou um déficit primário de R$ 272,2 bilhões nos mesmos 12 meses, contra um saldo negativo de “apenas” R$ 24,3 bilhões em 12 meses encerrados em junho/23. E isso tudo mesmo com o aumento real da arrecadação (já descontada a inflação) de 9,08% no 1º semestre, a qual atingiu a R$ 1,3 trilhão, sendo um recorde da série histórica iniciada em 1995. Ou seja, só aumentar a arrecadação não resolve o problema. O governo precisa enxugar a máquina pública, como se sabe há anos. Diante da incapacidade em fazê-lo, a pressão sobre a inflação continua existindo, com o IPCA estando prestes a romper o teto da meta estabelecido para este ano (4,5%). Esta situação leva o Copom a manter o juro básico em 10,5% ao ano, o que inibe o crescimento econômico, que seria outra fonte de renda (mais crescimento significa mais produção, mais vendas e mais arrecadação de impostos). Ao mesmo tempo, Selic elevada faz subir o juro que o governo paga pelo endividamento (pois este precisa ser rolado com a venda de títulos públicos, boa parte indexada no juro básico). Somente de juros da dívida pública, o governo gastou R$ 94,9 bilhões em junho de 2024. Ou seja, o centro do problema continua sendo os gastos em demasia, e muitos deles mal feitos. Isso leva o governo a revisar o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago pelo INSS. Como no Brasil, historicamente, se instituiu o “jeitinho” para burlar as leis, muitas pessoas podem estar fraudando o Estado, ganhando o benefício sem justificativa. Aliás, como ocorreu com o auxílio emergencial durante a pandemia e como ocorre em tantos outros setores da vida nacional. Mas o governo também precisa limpar o seu interior, onde os privilégios grassam há décadas. Neste sentido, temos os R$ 5 bilhões de dinheiro público destinados ao tal do “fundo partidário”, para financiar as eleições municipais, distribuídos com critérios duvidosos e, em alguns casos, quase sem critério nenhum. Chega de a sociedade, em sua grande maioria pobre, sustentar um sistema político anacrônico, cheio de privilégios e que governa, em geral, para si mesmo e não para a Nação.
26/07/2024 a 01/08/2024
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