24/05/2024 a 30/05/2024
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24/05/2024 a 30/05/2024
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A julgar pelos resultados da balança comercial e da balança de transações correntes, a moeda brasileira, hoje rodando entre R$ 5,15 e R$ 5,20 por dólar, está muito desvalorizada. Apenas com a exportação de petróleo, pois nos tornamos exportadores do mesmo, desde 2016, com a descoberta do pré-sal, o saldo comercial é de US$ 27 bilhões em 2023 e deverá atingir mais de US$ 30 bilhões em 2024. No conjunto da balança comercial, o superávit no ano passado foi recorde de US$ 98,8 bilhões, devendo ficar próximo desta marca em 2024. Ora, a saída de dólares especulativos não foi tão intensa para justificar a atual desvalorização do Real por esta via. O próprio saldo da balança de transações correntes, se ficarmos com o cálculo da metodologia anterior (houve mudança de cálculo a partir de 2019), se encontra “aproximadamente equilibrado”. Em tal contexto, o câmbio real de longo prazo, calculado a partir do câmbio real, dos termos de troca e da produtividade do trabalho, entre o Brasil e seus principais parceiros comerciais, no período dos últimos 24 anos, indica que nossa moeda deveria estar, hoje, ao redor de R$ 4,20 por dólar (chegou mesmo a indicar R$ 4,00 no final do ano passado). Pelo cálculo, “desde 2017 o Brasil vive com uma diferença de 20%, ou seja, o câmbio observado é 20% desvalorizado com relação ao câmbio real de equilíbrio de longo prazo”. Como se explica isso? A principal razão está no fato de que, desde 2014, vivemos uma crise fiscal significativa. Com isso, a percepção de risco Brasil piorou de forma permanente. Afinal, “o saldo primário estrutural do governo central saiu de um superávit de 2,5% do PIB em 2005, para um déficit de 1,8% em 2014”. As tentativas de melhora no mesmo, na sequência, foram engolidas pela pandemia e pelas medidas eleitoreiras recentes, sendo que 2023 terminou com um déficit fiscal de 1,6%. Ou seja, nos últimos 10 anos a economia brasileira “reflete um desequilíbrio fiscal agudo que não tem solução simples”. E o arcabouço fiscal, sozinho, não corrige isso, pela forma como ele vem sendo tratado. Este é o ponto que melhor explica, pelo lado estrutural, a elevada desvalorização do Real no momento. Afinal, “uma sociedade que não consegue construir um setor público solvente é uma sociedade doente”. (cf. Samuel Pessôa, Conjuntura Econômica-FGV, abril/24, pp. 14-16)
17/05/2024 a 23/05/2024
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O custo das enchentes no Rio Grande do Sul será altíssimo. Além das vidas humanas perdidas, irreparáveis, os primeiros levantamentos realizados dão conta de que o impacto no PIB do Estado será de um recuo de 6,2 pontos percentuais. Em isso se confirmando, 2024 terminará com um PIB negativo entre 1,5% e 2%, contra uma expectativa inicial de 4,5% positivo (cf. CDL/POA). O impacto geral é tanto que a catástrofe gaúcha deverá provocar uma perda entre 0,2 e 0,4 ponto percentual no PIB brasileiro. No setor produtivo gaúcho, além das perdas agropecuárias, ainda sem um cálculo mais preciso, tem-se que, por enquanto, 53% das empresas foram “muito afetadas”, sendo que 31% destas ainda não estão em operação e 23% trabalhando parcialmente. Para piorar, 78% dos negócios atingidos não estavam cobertos por seguro, enquanto 74% irão precisar de empréstimos para voltar a operar (cf. Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico). Segundo a Fiergs, 95% dos estabelecimentos industriais do Estado foram afetados pelas enchentes, impactando 96% dos empregos industriais, 97% das exportações da indústria de transformação e 97% da arrecadação de ICMS com atividades industriais. O estudo da Federação ainda mostra que 90% dos municípios do Estado foram, de alguma forma, afetados pelas enchentes, sendo que 94,3% de toda a atividade econômica estadual foi atingida. Enfim, o valor final dos prejuízos deverá ultrapassar os R$ 100 bilhões (não se descarta chegar a R$ 200 bilhões, já que apenas para a reconstrução do Estado seriam precisos R$ 85 bilhões e não os R$ 20 bilhões indicados pelo poder público estadual, segundo estudos da casa de investimentos G5). Diante de tal realidade, será preciso um a dois anos para voltarmos ao “normal”. Afinal, não se trata de calcular apenas as perdas materiais registradas. Deve-se somar, também, o que se deixou de produzir a partir do início da crise, e o tempo que se terá para voltar a produzir na cadência anterior às enchentes. E tudo isso se soma às perdas ocorridas com a grande recessão econômica de 2014-2016, à pandemia, às três secas pesadas no verão dos últimos quatro anos, além de outras. Portanto, o RS está diante de uma década excepcionalmente negativa, com o risco de os eventos climáticos nocivos se repetirem com mais frequência daqui em diante.
10/05/2024 a 16/05/2024
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Chicago fechou a primeira semana cheia de maio/24 com o primeiro mês cotado valendo US$ 12,05/bushel, lembrando que no dia 30/04 o mesmo registrou US$ 11,45. Um ano atrás, o bushel valia US$ 14,36. Nesse mesmo período, os prêmios nos portos nacionais melhoraram um pouco, enquanto o câmbio, que havia rompido o teto dos R$ 5,00 por dólar no final de março, se manteve acima do mesmo, tendo chegado ao auge em 16/04 com R$ 5,26 (um ano antes valia R$ 4,94). Após isso, o Real voltou a se valorizar, atingindo a R$ 5,11 no dia 29/04. Em maio, enquanto Chicago subia, o Real batia em R$ 5,06 no dia 07/05. Este movimento cambial acabou compensando a alta em Chicago, fato que deixou os preços médios da soja, no balcão, no Rio Grande do Sul, em R$ 119,00/saco nesta última semana, contra R$ 121,58 na última semana cheia de abril, antes da catástrofe climática que se abateu sobre o Estado gaúcho. Ora, um dos motivos das altas em Chicago foram as inundações no RS, pelo temor de perdas na soja. Neste sentido, os primeiros levantamentos, ainda muito parciais, dão conta de que, no início das atuais enchentes, segundo a Emater, o RS tinha ainda 30% da área a ser colhida. A partir disso, o mercado indica uma possibilidade de perda entre 10% a 15% no total esperado devido à atual crise climática. Com isso, a produção final gaúcha ficaria ao redor de 19 milhões de toneladas, e não mais um pouco acima de 22 milhões esperados inicialmente. Haveria cerca de 5 milhões de toneladas de soja em risco quando as enchentes se iniciaram, no final de abril. As perdas, desta área, seriam de 2 a 3 milhões de toneladas. Embora ainda seja cedo para mensurá-las com exatidão, o fato é que as mesmas não devem ter sido pequenas no RS. Com isso, a projeção da safra total brasileira ficaria entre 145 a 150 milhões de toneladas neste momento, contra um potencial inicial ao redor de 169 milhões. Portanto, continua existindo espaço para elevação dos preços da soja. Porém, por enquanto, nada que permita esperar valores obtidos no início do ano passado (R$ 165,28/saco na média da última semana de fevereiro/23). Hoje, o mercado ainda não atinge os valores de um ano atrás (R$ 124,08 na média da segunda semana de maio/23). Daqui em diante, os juros nos EUA e no Brasil, a nova safra nos EUA e o câmbio no Brasil darão o rumo para este mercado.
03/05/2024 a 09/05/2024
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Quando saiu a reforma
da previdência, em 13/11/2019, alertamos que a mesma era necessária, porém, o
que estava sendo aprovado era insuficiente, além de incompleto e parcial. Menos
de cinco anos depois, o assunto do déficit da previdência volta à tona, no bojo
do déficit fiscal geral, que está no centro dos problemas econômicos
estruturais do país, os quais nos atingem diariamente. Assim, uma nova reforma
previdenciária terá que ser feita logo adiante. Entre 2012 e 2022 o crescimento
médio anual na contribuição ao sistema foi de 0,7%, enquanto a quantidade de
benefícios aumentou 2,2%. Pegando-se apenas o período da reforma, nota-se que a
mesma apenas diminuiu o ritmo da defasagem, mas está longe de estancá-lo. Projeções
do Ministério do Planejamento, através do Projeto de LDO para 2025, indicam que
a receita atinge R$ 573 bilhões e as despesas R$ 792 bilhões, com rombo
previsto de R$ 219 bilhões. Com o aumento da informalidade, o aumento do
envelhecimento da população brasileira (os mais de 65 anos passaram, entre 1991
e 2022, de 4,8% para 10,9% da população brasileira) e com a decisão de tornar
facultativa a contribuição ao INSS para os MEI, além da reforma trabalhista ter
ampliado as terceirizações (hoje o Brasil tem 26,7% dos trabalhadores sem
carteira assinada, que não recolhem a contribuição previdenciária), a previdência
nacional continua agonizando, espalhando seus efeitos negativos para o restante
da economia. A despesa já consome 40% do Orçamento público. Pior, nesta
tendência, o desequilíbrio aumenta a partir de 2028, chegando a 2063 com o
rombo superando a arrecadação em proporção do PIB. Em 2100, o rombo da
previdência chegará “a R$ 25,5 trilhões, ou seja, mais de duas vezes o valor de
todo o PIB brasileiro do ano de 2023”. Para os jovens de hoje e as crianças que
estão nascendo neste momento no país, em tais condições, não haverá previdência
pública. O problema é que a maioria da população não tem renda para realizar
uma previdência privada, sem falar no contingente que insiste em ignorar a
realidade. Precisamos de reformas que efetivamente corrijam as distorções de
nossa economia em geral e do sistema previdenciário em particular. Sem isso, torna-se
ilusão esperar que no futuro iremos melhorar a qualidade de vida da Nação.
26/04/2024 a 02/05/2024
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