A surpresa do Copom não foi o aumento de um ponto percentual na taxa Selic, levando-a a fechar 2024 em 12,25%. A surpresa veio do anúncio de que até março de 2025 teremos mais dois pontos de aumento, levando o juro básico a 14,25%, fato que permite imaginar que o próximo ano possa fechar em 15% caso o rumo do déficit pública nacional não seja alterado. Ora, no início do corrente ano, a tendência era de fecharmos 2024 com a Selic entre 8% e 9%. Então, o que houve? Além dos motivos externos, que não dominamos, como a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, a qual carrega um potencial importante de aumento da inflação estadunidense e, por consequência, aumento do juro básico nos EUA, o grande problema são os fatores internos brasileiros. Neste caso, importante se faz destacar a incapacidade dos três poderes da República em racionalizarem o corte de gastos. Salvo honrosas exceções, os mesmos colaboram para esta crise, pois a maioria de seus membros age irresponsavelmente com o dinheiro público, achando que “dinheiro cai do céu”. Por sua vez, o anúncio de um pacote econômico insuficiente (que se tenta remendar agora, via Congresso), compromete o arcabouço fiscal definitivamente para o restante do governo atual. Isso provoca uma pressão sobre o câmbio, também alimentada pela especulação no setor, que busca tirar proveito da fragilidade das contas públicas. Com isso, o Real sofreu uma desvalorização brutal, chegando acima de 6 reais por dólar (recorde histórico nominal). Isso puxa a inflação para cima, pois encarece as importações e torna os preços de exportação mais elevados. De fato, a inflação, em 12 meses fechados em novembro, bateu em 4,87% contra o teto da meta que é 4,5%. Há potencial para fechar o ano em 5% caso a inflação oficial de dezembro venha acima de 0,20%. Como o mandato do Banco Central é manter a inflação dentro da meta, o Copom usa o juro como arma para segurá-la, já que o quadro geral piorou nestes últimos 30 dias no país. Soma-se a isso o fato de que a economia continua rodando acima de suas possibilidades (o PIB do ano deverá fechar entre 3% e 3,5%), enquanto a capacidade produtiva atual não acompanha a demanda estimulada, levando também a uma alta de preços. Diante disso, o que nos reserva 2025? (segue)
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