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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 22/11/2024 a 28/11/2024


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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

DE TRUMP À SELIC (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

A eleição de Donald Trump à presidência dos EUA (posse no dia 20 de janeiro próximo) trouxe novas pressões sobre a inflação brasileira. Trump foi eleito principalmente em função da crise econômica nos EUA, em especial a alta dos preços, embora esta tenha baixado significativamente nos últimos dois anos do governo Biden. Mas, contraditoriamente, os eleitores acabaram apoiando um candidato cujas propostas são fortemente inflacionárias: taxar as importações, eleva os preços internos; expulsar os estrangeiros, mesmo que ilegais no país, traz pressão salarial por falta de mão de obra em atividades que os estadunidenses não querem realizar, e assim por diante. Ora, para conter a inflação interna, se esse caminho for efetivamente percorrido, o Banco Central dos EUA terá que voltar a elevar o juro básico. Ao fazer isso, valoriza-se os títulos públicos daquele país, fato que atrai dólares aplicados em outros países, incluindo o Brasil. A saída de dólares daqui leva a uma desvalorização do Real, a qual já está elevada. Em isso ocorrendo, os preços internos (de produtos exportados, mas especialmente de produtos importados) sobem, puxando para cima uma inflação que já superou o teto da meta (fechou outubro com o índice de 12 meses em 4,76%). Sendo o objetivo de nosso Banco Central segurar a inflação no centro da meta (3% ao ano), nota-se que o mesmo já não será cumprido em 2024 e se encontra comprometido para 2025. Assim, a próxima reunião do Copom, em dezembro, deverá novamente aumentar a Selic, também devido a este fator externo. Hoje não se descarta um aumento de 0,5 a 0,75 ponto percentual, o que levaria a Selic a fechar o ano entre 11,75% e 12%. Um dos mais altos juros reais do mundo. O objetivo é reduzir a inflação via elevação do juro, fato que, em tese, freia a economia, hoje anormalmente aquecida. Mas, existe ainda um problema mais sério. A dificuldade do governo em apresentar um plano de corte de gastos que venha a viabilizar o arcabouço fiscal. Este atraso no anúncio do “pacote” gera tensões inflacionárias e cambiais ainda maiores. E há um risco embutido no contexto: se o anúncio vier com um corte total tímido (abaixo de R$ 40 bilhões no conjunto de 2025 e 2026), o câmbio poderá disparar para R$ 6,00 e mais (hoje ao redor de R$ 5,74 por dólar), piorando o quadro inflacionário e a tendência de elevação dos juros. 

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 15/11/2024 a 21/11/2024


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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O BRICS E SUA AMBIÇÃO MONETÁRIA (Final) (Argemiro Luís Brum)

Como vimos nas duas colunas anteriores, o dólar, como moeda hegemônica mundial, vem sendo contestado. Afinal, a partir da criação do Sistema Monetário Internacional (SMI), que consolida o dólar nesta situação, os EUA podem acumular déficits externos, transferindo a conta para o restante do mundo. No início de 2023 a dívida externa dos EUA já era de US$ 24,95 trilhões. Ao mesmo tempo, as empresas estadunidenses podem realizar investimentos externos diretos, em outros países, a baixo custo, assegurando sua expansão pelo mundo. Com o passar do tempo, em tal contexto, o dólar passou a ser uma arma, não só comercial, como especialmente pelo fato de que, em o detendo, os EUA ficam em condições de impor suas decisões a todos os países que desejam utilizar sua moeda. Principalmente se os países resolvem dolarizar suas economias, como fez o Equador e como o deseja o atual governo da Argentina. Tais países perdem totalmente sua autonomia monetária. Vendo deste ângulo, parece um bom caminho substituir a moeda estadunidense por outra. Mas, substituí-la por qual moeda? Nenhuma moeda no mundo, hoje, reúne condições para tanto. Assim, muitos países decidiram, em negócios transfronteiriços, utilizar suas próprias moedas. Porém, por falta de lastro suficiente destas moedas, tal movimento não tem condições de ir longe. Além disso, a ideia central não é substituir o dólar e sim usar as moedas próprias para reduzir os custos das transações comerciais. Isso leva os países que caminham em tal direção a criarem apenas uma “unidade de conta”, que permita a realização dos negócios, e não uma nova moeda. Lembrando que o FMI, desde 1969, oferece algo semelhante para seus membros (mais de 180 países) que é o DTS (Direitos Especiais de Saque). Pelo sim ou pelo não, o fato é que o movimento do BRICS+ não tem força para substituir o dólar no cenário mundial. A própria China já demonstrou desinteresse nessa iniciativa específica. Entretanto, com a reeleição de Trump à presidência dos EUA, o contexto pode mudar, já que em seu primeiro mandato ele contestou a política de “déficit permanente dos EUA, a qual permite a dominação do dólar”. Surge aí, novamente, a possibilidade de os EUA, sob Trump, não desejar mais abastecer o mundo com dólares. Isso ficou apenas no discurso, no primeiro mandato. E neste segundo?

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 08/11/2024 a 14/11/2024


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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

O BRICS E SUA AMBIÇÃO MONETÁRIA (II) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

As diferenças econômicas entre os membros originais do BRICS não impediram que o Grupo criasse um banco próprio (o New Development Bank, criado em 2014, o qual tem sede em Xangai-China). Segundo dados do Banco Mundial (2024), o que se passou a chamar de BRICS+, depois de 1º de janeiro de 2024, atrai, hoje, 40% dos investimentos mundiais em infraestrutura. Seu PIB, considerando somente os cinco membros originais, passou de US$ 2,75 trilhões em 2000 para US$ 20,67 trilhões em 2020, sendo que sua parte no PIB mundial saltou de 8,1% para 24,2% no mesmo período. Mas, a parte da China no PIB do Grupo, que era de 44% em 2000, chegou a 71% em 2020. Ou seja, a importância do Grupo está na presença da China, sendo que sua assimetria econômica interna é enorme e só aumenta com sua expansão em número de países. Diante disso, como implantar uma moeda única? Este posicionamento começa com um documento de trabalho, emitido pelo Grupo, que se coloca como o representante do Sul Global, e denuncia o peso do dólar no Sistema Monetário Internacional (SMI), criado por ocasião da reunião de Bretton Woods (1944), no final da Segunda Guerra Mundial. Neste SMI o dólar passou a ser a moeda hegemônica para as transações comerciais globais. E antes que os mais afoitos imaginem uma reação à economia de mercado, a reunião de Kazan deixou claro que o Grupo não está propondo eliminar a “lei de mercado”, mas sim que seja possível seus membros “funcionarem melhor” no seio deste mercado, ou seja, que também possam tirar mais proveito da economia de mercado. Assim, o atual SMI não está morto, e tampouco a importância do dólar. O que se percebe é que tal Sistema, que privilegia os EUA e sua moeda, está doente, para dizer o mínimo. Os próprios membros do G7 (que reúne as sete maiores economias do mundo), caso da França, vêm acusando que uma parte do mundo, não desprezível, está dependente da política monetária estadunidense. Aliás, os desequilíbrios gerados pelo SMI foram expostos já em 1958, pelo economista belga Robert Triffin e outros. Em 1976, o economista estadunidense Kindleberger chegou a afirmar “o fim do dólar como moeda internacional”. Ora, até hoje isso não aconteceu, apesar do surgimento do Euro e da crise de 2007/08. Acontecerá pela reação do BRICS+? (segue) 

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

ANÁLISE SEMANAL DOS MERCADOS DA SOJA, MILHO E TRIGO

 01/11/2024 a 07/11/2024


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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

O BRICS E SUA AMBIÇÃO MONETÁRIA (I) (Prof. Dr. Argemiro Luís Brum)

No final de outubro/24 tivemos uma reunião do grupo BRICS em Kazan, na Rússia. A principal ideia, que ali se discutiu, foi a da criação de uma moeda própria para substituir o dólar estadunidense nas suas transações comerciais. Pretendemos, nesta e nas próximas colunas, esclarecer alguns aspectos a esse respeito. O BRICS é um acrônimo criado pelo economista Jim O'Neill, do banco Goldman Sachs, em estudo publicado em 2001, que mapeou as economias do Brasil, Rússia, Índia e China, considerando-as como potências emergentes que, um dia, poderiam alcançar o desenvolvimento pleno. Vendo ali uma possibilidade de força conjunta, dentro do cenário global, os citados países passaram a se reunir, consolidando a sigla na prática. Em 2011 a África do Sul ingressou no grupo e o mesmo recebeu o acréscimo do S. Mas a prática tem mostrado que o Grupo não é um bloco econômico. Na verdade, nestes quase 25 anos de sua existência, o mesmo funcionou muito mais como um instrumento geopolítico. Recentemente, observando o caminhar econômico dos seus membros, o criador da sigla indicou que, hoje, o BRICS deveria ficar somente com o C, pois apenas a China demonstra capacidade para ser desenvolvida. Mas o Grupo está criado e, na sua lógica político/ideológica, decidiu por sua ampliação a partir de 1º de janeiro de 2024. Assim, nele ingressaram países que estão longe de serem potências econômicas emergentes, além de muitos serem ditaduras como China e Rússia o são. Os convidados foram: Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Arábia Saudita. A Argentina, que havia aceito o convite, após a posse do presidente Milei declinou do mesmo. Agora, nesta reunião de Kazan, decidiu-se por nova ampliação do Grupo, com os países convidados participando do mesmo na categoria de “parceiros”. São eles: Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Turquia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. Por posicionamento do Brasil, a Venezuela e a Nicarágua foram excluídas do convite, fato que vem gerando reações venezuelanas. Na prática, o BRICS se movimenta particularmente pelos interesses da China e da Rússia e está longe de ser um Grupo de postura econômica homogênea. Longe disso: nem mesmo os dois maiores expoentes se entendem nesta área. (segue)

 

 

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